Política

Saiba como depoimento de delegado baiano da PF pode ampliar suspeitas sobre Torres

Marcelo Camargo/Agência Brasil
O delegado Leandro Almada revelou que foram usadas fake news para justificar as operações da PRF na região Nordeste  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

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Publicado em 24/05/2023, às 08h38


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O delegado Leandro Almada, superintendente da Polícia Federal da Bahia durante as eleições do ano passado, prestou depoimento sobre o inquérito que investiga as blitzes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizadas no Nordeste realizadas no segundo turno do pleito presidencial. 

A fala do delegado pode complicar ainda mais a situação do então ministro da Justiça, Anderson Torres, por um suposto envolvimento no caso. É o que diz uma reportagem do jornal O Globo. 

O inquérito foi aberto após ser observado que a maior parte das operações da PRF ocorridas no dia da votação do segundo turno ocorreram na região Nordeste, onde Lula obteve larga vantagem sobre Jair Bolsonaro. Um exemplo é a Bahia, onde, no primeiro turno, o petista obteve 69,7% contra 24,3% do agora ex-presidente. 

De acordo com a publicação, Almada disse no depoimento que teve uma reunião com Torres e com o então diretor-geral da PF, Márcio Nunes. Na oportunidade, o delegado teria recebido indicações de onde os agentes deveriam atuar no segundo turno

“A gente foi informado, sim, que tinha algumas localidades especificamente, não sei se em função do número de eleitores ou pela cobertura da cidade, enfim. Houve sim, foi encaminhada uma sugestão de cidades para que fosse reforçado”, revelou Almada. 

Na mesma reunião, o delegado contou que recebeu uma “sugestão” para que a PF atuasse em conjunto com a PRF no dia do segundo turno. Almada disse que avaliou a proposta como “inadequada” e acabou não executando. 

O delegado disse ainda que a reunião com Torres e Nunes teve como foco a eleição. Na oportunidade, Almada disse que “pediram para reforçar bastante a nossa parte ostensiva no dia do segundo turno, porque eles ouviram relatos de uma compra de votos muito grande que estaria ocorrendo no estado da Bahia”. No entanto, o então superintendente da PF não apresentou provas ou indícios concretos que validassem as suspeitas.

Por fim,  Almada  contou que Torres e Nunes compartilharam informações falsas durante a reunião. Entre as fake news citadas pelo delegado estão a de que “facções criminosas em Salvador estariam nitidamente apoiando candidato do PT" e "constrangendo eleitores em seções eleitorais".

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