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Saiba o que é o conselho político de Jerônimo e o que ele já decidiu sobre 2024

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Conselho político de Jerônimo já teve algumas reuniões desde setembro, mas não escolheu candidato  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais
Lula Bonfim

por Lula Bonfim

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Publicado em 18/10/2023, às 05h20


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Órgão criado pelo senador Jaques Wagner (PT) quando era governador da Bahia, o conselho político da base governista é um instrumento de reunião das lideranças de todos os partidos do arco de alianças da gestão estadual, estabelecido para tomar decisões importantes, de forma coletiva, relativas ao rumo do grupo.

Durante os anos de governo Rui Costa (PT), o conselho político foi praticamente desativado. O atual ministro da Casa Civil preferia concentrar em si as decisões, ignorando o órgão criado por seu antecessor. Foi dessa maneira, por exemplo, que ele impôs candidaturas múltiplas à prefeitura de Salvador em 2020, o que posteriormente se revelou uma estratégia fracassada.

Mas, com Jerônimo Rodrigues (PT), o conselho político renasceu. O atual governador da Bahia, desde que venceu a disputa de 2022. sempre que era perguntado sobre as decisões que seriam tomadas acerca das eleições de 2024, respondia que as tomaria dentro de reuniões do órgão, tentando formar consensos entre as lideranças de sua base aliada.

Em 2023, o conselho político já se reuniu pelo menos duas vezes para falar das eleições do próximo ano. Na primeira oportunidade, no dia 2 de setembro, houve apenas uma conversa inicial, que terminou sem qualquer definição. Durante o encontro, Jerônimo insistiu para que seus aliados fizessem conversas bilaterais e buscassem consensos para as candidaturas de 2024. E nada mais.

No último sábado (14), porém, a base do governo Jerônimo encontrou seu primeiro consenso. Na segunda reunião do conselho político, ficou ajustado entre todos os participantes — lideranças dos partidos que integram a base do governo — que, ao final das conversas, quando o governador bater o martelo por uma candidatura, ela será abraçada por todos os aliados.

Foi a primeira vez que os integrantes da base sentiram segurança nas palavras um do outro em relação ao tema. Até então, pairava sobre os integrantes do conselho político o fantasma do racha, de que pelo menos duas candidaturas seriam lançadas, fragilizando a capacidade do grupo governista de enfrentar o atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil).

Jerônimo ainda não decidiu quem será o seu candidato à prefeitura da capital em 2024 e nem definiu critérios para a decisão. A ideia do governador é deixar que seus aliados debatam entre si, formem consensos e levem para ele no conselho político. Dessa forma, o comandante petista acredita estar conduzindo a escolha de uma forma mais democrática, evitando uma imposição vertical sobre seu grupo.

O problema é que o consenso em torno de um nome ainda não está próximo. Apesar da maioria dos partidos aliados concordarem que a pré-candidatura do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) é a mais viável eleitoralmente, setores de esquerda, que possuem peso considerável no conselho político, ainda resistem a emplacar um nome considerado de centro-direita.

Mesmo que a direção estadual petista deixe claro nos bastidores que não irá se opor ao pedido de candidatura única feito por Jerônimo, a federação Brasil da Esperança — formada por PT, PCdoB e PV — ainda tenta viabilizar uma candidatura de esquerda para Salvador em 2024. Os nomes colocados pelo grupo são os dos deputados estaduais Robinson Almeida (PT) e Olívia Santana (PCdoB), que pretendem manter até o final seus blocos na rua.

Caso o impasse se mantenha assim até o fim do ano, Jerônimo terá que fazer aquilo que não deseja: colocar critérios na mesa e bater o martelo por uma candidatura, torcendo para que todos mantenham a palavra de unidade dada no último sábado e ninguém saia insatisfeito.

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