Política

Se não houver ajuda, 'cenas de 2013' vão se repetir, diz Bruno Reis sobre transporte

Jefferson Peixoto / Secom Salvador
Prefeito de Salvador voltou a condicionar a manutenção do preço da tarifa de transporte público ao envio de subsídios do governo federal  |   Bnews - Divulgação Jefferson Peixoto / Secom Salvador

Publicado em 10/02/2022, às 13h30 - Atualizado às 13h48   Luiz Felipe Fernandez e Léo Sousa


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O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), voltou a fazer previsões pessimistas sobre o transporte público.

Em conversa com a imprensa nesta quinta-feira (10), o gestor municipal afirmou que, se não houver subsídios do governo federal no setor, o Brasil corre o risco de ver as "cenas de 2013" se repetirem.

Naquele ano, protestos generalizados tomaram conta do país, tendo como gatilho o aumento de 20 centavos no preço da passagem de ônibus.

Bruno reafirmou que, caso não haja um socorro financeiro da União, ficará insustentável para os municípios manter o atual valor das tarifas de transporte.

Segundo o prefeito, com a queda no número de passageiros e o aumento no preço de insumos, o valor arrecadado com as passagens "não remunera mais o sistema".

"O maior problema dos prefeitos hoje é o transporte público [...] Vocês estão vendo diariamente manifestações em todo o Brasil de empresas que estão quebrando. É um fato: a tarifa não remunera mais o sistema, porque diminuiu significativamente o número de passageiros transportados e aumentou muito os insumos. Um ônibus que era 400 mil foi pra 600 mil. Um pneu que era 700 reais foi pra 1.200. O combustível aumentou 73%. E quem é que paga essa conta? A prefeitura não tem condições de pagar", pontuou.

"Por isso que nós estamos buscando o governo federal. De um lado, a população não aguenta mais pagar por um serviço que é ruim mesmo. Mas hoje, daqui uns dias, já quebrou aqui em Salvador uma empresa em 2020 e a prefeitura teve que assumir. Se continuar do jeito que vai, as outras bacias vão quebrar e vão entregar o problema para a prefeitura. Então nós temos que achar uma solução", alarmou.

Segundo o chefe do Executivo municipal, a Frente Nacional dos Prefeitos tem realizado reuniões semanais para tratar do problema.

"Esse é um problema de todo o Brasil. Eu sempre disse com clareza que esse é o maior desafio de quem viesse a ser o prefeito de Salvador e de qualquer capital do país. Tá aí. Ontem mesmo, teve reunião da Frente Nacional dos Prefeitos pra tratar de quê? Transporte público. Toda semana, estamos nos reunindo. Já fomos a todas autoridades do Brasil. Estamos chamando atenção do Congresso Nacional. Se não, vocês lembram daquelas cenas de 2013? Vai se repetir, infelizmente, porque não há outra alternativa caso não tenha ajuda de subsídio do governo federal", condicionou.

Bruno Reis defendeu ainda que, além do governo federal, os Estados também entrem na conta do socorro ao setor com isenções no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

"Precisamos defender a isenção do ICMS do transporte público. Não pode pagar 17%. O governo do estado também precisa abrir mão nesse momento de parte da sua arrecadação pra ajudar a fechar essa conta. O imposto de 17% também penaliza o usuário do transporte público", declarou.

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