Política

Se o BC tivesse parado de subir os juros durante as eleições, a inflação seria de 10% em 2022, diz Campos Neto

Pedro França/Agência Senado
Roberto Campos Neto esteve no Senado para explicar as decisões da instituição  |   Bnews - Divulgação Pedro França/Agência Senado

Publicado em 25/04/2023, às 13h33   Cadastrado por Bernardo Rego


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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira (25), que a instituição atua de forma técnica na fixação da taxa básica de juros para conter a inflação. Ele esteve em uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado Federal.


O economista ressaltou que a taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano – o maior nível em seis anos –, avançou no ano passado mesmo durante o período eleitoral. "Nunca na história desse país, nem na história do mundo, foi feito um movimento de alta dos juros em um período eleitoral. O que mostra que o BC entendeu que a inflação ia subir, antes de grande parte dos outros países. O BC do país foi um dos primeiros a subir os juros", destacou.


Segundo ele, se o BC tivesse parado de subir os juros no ano passado, durante as eleições, a inflação teria sido de 10% em 2022, e não 5,8%, conforme informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "E hoje, para controlar a inflação e a expectativa do ano que vem, teríamos que ter juros de 18,75% [ao ano]. Se não tivéssemos, a inflação ia contaminar e subir bastante. O BC atuou de forma autônoma", acrescentou.


Para definir o nível dos juros, o Banco Central se baseia no sistema de metas de inflação. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.


Campos Neto afirmou, ainda, que gostaria de baixar os juros, mas acrescentou que, para que o país continue crescendo com inflação baixa, isso tem de ser feito de forma técnica. "O BC quer cair os juros, BC gosta de trabalhar com os juros baixos, BC gosta de ter a economia crescendo de forma sustentada com inflação baixa. Houve períodos no passado com juros reais altas, e o resto [do mundo] baixo, mas não é o que está acontecendo agora", declarou.

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