Política

Sergio Moro é aconselhado a ajustar discurso e popularizar imagem rumo a 2022

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Sergio Moro é pré-­candidato do Podemos a presidente da República  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 25/12/2021, às 12h50   Redação


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O pré-­candidato do Podemos a presidente da República, Sergio Moro, foi ao Recife lançar um livro e, num encontro com apoiadores, se deixou fotografar de calça jeans, mangas arregaçadas e um chapéu de sertanejo, de acordo com o jornal O Globo. Quem conhece o ex-juiz sabe que esse tipo de performance não combina com o formalismo que a liturgia da magistratura exige e do qual ele ainda tem muita dificuldade de se afastar.

Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, o ex-ministro da Justiça é considerado uma alternativa para atrair o voto daqueles que rejeitam o petista Lula, que hoje aparece na liderança, e o presidente Jair Bolsonaro, o segundo colocado. Calcula-se que 9% dos eleitores, o que corresponde a 13 milhões de brasileiros, se enquadrem nesse perfil. A consolidação do ex-juiz como o favorito da chamada Terceira Via, porém, depende de outras variáveis. A pouco mais de dez meses para as eleições, Sergio Moro tem uma modesta estrutura partidária, não conta com nenhum grande palanque estadual consolidado e a articulação política em torno de sua candidatura ainda é incipiente.

Nas últimas semanas, um novo fator se somou a essa lista de gargalos: a falta de capilaridade junto ao eleitor que, embora conheça ele e a Operação Lava-Jato, está longe de considerar o combate à corrupção ou a defesa da prisão em segunda instância, duas das bandeiras do ex-­juiz, como suas preocupações mais urgentes. Hoje, Moro, no melhor dos cenários, conta com 11% das intenções de voto. É um desempenho considerado relativamente satisfatório para quem nunca disputou uma eleição, tanto que o União Brasil, o superpartido em formação a partir da fusão do PSL e do DEM, já deu sinal verde para que alguns de seus dirigentes iniciem uma aproximação tática com o ex-ministro.

Historicamente, a legenda acumula uma enorme resistência a Moro, mas não tem candidato a presidente, conta com uma imensa estrutura nacional e um fundo bilionário para ser usado na campanha, o que pode provocar o fenômeno dos “opostos que se atraem”. Essa aproximação, segundo dirigentes do União, também rendeu o seguinte diagnóstico: se o objetivo é vencer a eleição, é preciso repaginar a figura de Sergio Moro e agregar outros temas ao discurso dele. O partido contratou uma empresa que tem monitorado nas redes sociais as citações ao ex-ministro.

Os primeiros resultados mostram que ele é visto como elitista e o discurso anticorrupção empolga menos do que temas como carestia e desemprego. A última pesquisa DataFolha deu contornos ainda mais claros a essa constatação.

O ex-­magistrado, que atinge 9% das intenções de voto no levantamento, tem a imagem forjada essencialmente em dois temas — combate à corrupção e à violência —, enquanto Lula é associado a defesa dos pobres, experiência e combate ao desemprego, e Bolsonaro, mesmo amargando níveis recordes de rejeição, ainda mantém sua persona vinculada à religião e a valores tradicionais da família

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