Suíca critica projeto polêmico de construção de espigão no Corredor da Vitória: "quem vai comprar?"

O vereador de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), fez críticas ao projeto que prevê a desafetação de seis mil metros quadrados de área verde para construção de um espigão em uma área próxima ao Museu Carlos Costa Pinto, no Corredor da Vitória. 

Em entrevista ao BNews na tarde deste domingo (17), o político, que integra a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal, questionou a necessidade da execução do projeto diante de problemas que são vivenciados pela população da cidade.

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O corredor da Vitória é um setor onde já não cabem tantos empreendimentos. E a gente está se perguntando: é uma cidade de 83% de pessoas com dificuldade financeira, que o que se traz para o Bolsa Família é de 300 mil pessoas em uma população de mais de 2 milhões de habitantes", citou.

"Quando você vê isso, você verifica que a população é pobre, então o ideal seria que nós tivéssemos menos pessoas nessa faixa de auxílio do governo. Um empreendimento desse, logicamente, é caro. Quem vai comprar? Será que nós temos tantas pessoas assim com tantos recursos?", questionou.

Moradores da região dizem que a desafetação tem o objetivo de permitir a construção um prédio com 54 pavimentos. Além disso, ainda estaria prevista a construção de um bondinho que, na avaliação da vizinhança, poderia tirar a privacidade de quem vive no local. 

Para o vereador, a desafetação do terreno precisa ser revista. "A cidade de Salvador precisa de habitação popular, de saúde, saneamento básico e outras coisas. A população precisa participar também desse debate. Não é porque é na Vitória, não. A população que mora no Subúrbio, em Pernambués, precisa entender o porquê e a gente sabe que a nossa população precisa de muito mais condições de dignidade para sobreviver", ponderou.

Ainda de acordo com Suíca, uma reunião conjunta deve ser realizada nesta segunda-feira (18) para debater o projeto na Câmara de Vereadores. A aprovação do projeto é esperada.  "O prefeito tem uma bancada maior, deve aprovar e ir para o plenário, mas no plenário devemos utilizar da nossa condição para poder fazer esse debate aprofundado", finalizou.