Tiago Ferreira rebate Bruno Reis e comenta paralisação dos rodoviários em Salvador

O vereador de Salvador, Tiago Ferreira (PT), um dos representantes dos rodoviários na Câmara Municipal da capital baiana, rebateu a declaração do prefeito Bruno Reis (UB) sobre a possibilidade de paralisação da categoria, nesta sexta-feira (16), caso o imbróglio envolvendo os terrenos cedidos pela antiga CSN - e adquiridos pela construtora MRV - não seja resolvido até o final desta quinta-feira (15).

Na manhã de hoje, o gestor municipal falou sobre a chance de paralisação pela categoria e, desagradado com a mobilização, fez duros ataques contra a probabilidade.

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"Os rodoviários não podem penalizar as pessoas porque a população não tem nada a ver por conta de uma relação privada entre empresários e trabalhadores. O que o prefeito fez foi mediar o acordo para que eles recebessem seus direitos, que são justos. Ao mediar esse acordo, a empresa entregou esses terrenos para o sindicato. Sem ser responsabilidade da prefeitura, estamos ajudando na venda dos terrenos", disse Bruno Reis.

Segundo o prefeito, a confirmação de compra pelo valor de R$20 milhões foi emitida pela MRV na última quarta-feira (14). Os documentos de compra foram enviados para o Bradesco, banco com quem o local tem uma dívida que, após negociação com a Prefeitura, gira na casa dos R$9 milhões, para aprovação. Esse valor será retido pelo banco e o restante irá para a Justiça do Trabalho, que fará o repasse das indenizações.

"Os rodoviários em vez de paralisar deviam ir caminhando até a Igreja do Bonfim, rezar para agradecer e com toda humildade ao Prefeito. Esse terreno tinha um débito de R$ 18 milhões junto ao Bradesco. O Prefeito aqui, pela autoridade que tem, convenceu o Bradesco a reduzir o débito à metade. A MRV só queria pagar 12 milhões. O prefeito também, com toda a autoridade que tem, convenceu a MRV a pagar 20 milhões para sobrar o dinheiro de indenizar os trabalhadores", disparou.

A fala de Bruno Reis não caiu muito bem junto aos líderes dos rodoviários na capital baiana, como o próprio Tiago Ferreira. "Eu não tenho muito o que agradecer porque a problemática no sistema de transporte de Salvador foi ocasionado por ACM Neto e também por ele [Bruno Reis) que está na Prefeitura", afirmou o petista, em entrevista à Rádio Câmara.

"Ele herdou do prefeito, mas até então deu continuidade ao processo de intervenção na CSN, rompeu contrato sem antes dialogar com o Sindicato, para ver a situação dos trabalhadores. Então, a problemática que tem em Salvador se deve a gestão de ACM Neto quanto a dele. Não temos nada a agradecer", completou.

Para o edil, Bruno Reis é quem deveria agradecer a compreensão da categoria para com a cidade. "Poderíamos estar a todo momento fazendo diversos protestos em Salvador, e definimos por não fazer e aguardar o momento de resolver de uma forma tranquila e negociada. Estamos esperando que aconteça a assinatura de contrato de compra e venda entre a CSN e a MRV para que a gente possa sanar uma parte desses trabalhadores que não entraram no sistema", disparou.

Com relação a paralisação da categoria, prevista para amanhã, Ferreira revelou que o formato ainda será definido em reunião que deve acontecer ainda hoje.

"Se isso não acontecer, vamos nos manifestar amanhã. Toda vez o prefeito dá a palavra mas, quando chega na hora H, o prefeito não cumpre ou as coisas não acontecem, não se por motivos alheios a ele. Só que dessa forma ficamos com cara de mentiroso perante a categoria", disse ele.

"Vamos nos reunir até o fim do dia para definir o formato caso não haja concretização. Não sabemos se haverá atraso na saída das garagens ou manifestação em terminais", finalizou.

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