Política

VÍDEO: Vereador Arnando Lessa chora após decisão judicial sobre assassinos do filho

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O vereador Arnando Lessa comentou sobre a decisão que condenou dois latrocidas pela morte de Michel Sá, filho dele, em 2018  |   Bnews - Divulgação Reprodução
Davi Lemos

por Davi Lemos

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Publicado em 25/03/2024, às 17h34 - Atualizado às 19h54


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O vereador Arnando Lessa (PT) realizou um discurso emocionado e chorou, na sessão plenária desta segunda-feira (25), na Câmara Municipal de Salvador, ao comentar a decisão judicial da Primeira Turma da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia que condenou a 21 anos e sete meses de prisão dois latrocidas ainda foragidos pela morte do ex-assessor parlamentar Michel Sá.

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O edil é pai da vítima do latrocínio que ocorreu em 16 de agosto de 2018. Na decisão proferida em 18 de março, Maurício Lucas Teive e Argollo e Itazil Moreira dos Santos, padrasto e ex-motorista foram os alvos; Gabriel Bispo dos Santos, réu confesso, foi condenado em primeira instância.

"Todos lembram de meu filho Michel Sá, que aqui comigo frequentava a assessoria nesta Casa, que foi sequestrado no dia 16 de agosto de 2018, roubado, violentado e assassinado por três marginais. Levaram tudo dele: seu cartão, seu carro e sua vida. Um dos marginais, depois de oito meses preso, em Santa Catarina já, foi condenado pelo Tribunal de Justiça a 23 anos e 7 meses por latrocínio. E dois - o pai do marginal e o motorista, com álibis montados por advogados caríssimos - foram absolvidos na primeira instância, mesmo o filho dizendo que o pacto entre eles era dar dois tiros cada no rosto do meu filho. Seis tiros no rosto de um pai de um filho de cinco meses", discursou, emocionado, Arnando Lessa.

O petista traçou um paralelo entre a sua espera pela decretação da prisão dos assassinos de Michel Sá e a da família da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, no Rio de Janeiro. "Assim como Marielle, que teve seus mandantes presos, a minha luta foi incansável junto ao Tribunal de Justiça. E, depois de cinco anos de batalha, a Segunda Câmara Criminal, a Primeira Turma comandada pelo desembargador Júlio César Travessa, no dia 18 de março último, condenou os dois réus que estavam soltos a 21 anos e sete meses de prisão", disse o vereador.

Lessa recordou que o juízo de primeira instância havia absolvido os outros dois réus por considerar insuficientes as provas que havia. "Eles não podiam estar soltos e foram, alegados pelo juiz e pelo advogado, que a única prova que tinha contra eles era o filho condenado dizer que eles executaram meu filho com seis tiros porque depois descobriram quem ele era e o que isso poderia significar. O juiz disse que a única prova era o confesso réu dizer que os dois, cada um, deu dois tiros no rosto de meu filho", relatou o vereador. 

O edil lembrou de sua luta por justiça: "foi silenciosa, foi dura, mas, no último dia 18, conseguimos que a justiça, do ponto de vista da ação que destruiu famílias e destruiu uma vida, foi feita". O petista destacou que Michel era querido na Casa e ainda demonstrou as marcas que ganhou por ter um filho assassinado. "Eu ganhei isso: o vitiligo por problema emocional. Mas não cansei de lutar; no dia 18, o advogado Marcos Rodrigues me ligava e dizia que o desembargador Júlio Travessa, relator do caso, acabava de sentenciar os dois marginais a 21 anos e três meses em regime fechado".

Lessa ainda destacou que não se tratava de vingança, mas de ver a justiça feita. "Porque Miguel, o filho de Michel, está crescendo hoje, com seis anos, sem conhecer o pai que, quando morreu, ele tinha nove meses". O vereador, que foi aplaudido pelos demais colegas ao final da fala, desejou que os agora condenados sejam logo presos, uma vez que atualmente encontram-se foragidos.

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