Política

Vídeo de padre Júlio Lancellotti é falso, diz perito; entenda

José Cruz / Agência Brasil
Consultado pela revista Fórum, perito analisou suposto vídeo que o padre Júlio Lancellotti aparece em atos libidinosos com menores  |   Bnews - Divulgação José Cruz / Agência Brasil
Tácio Caldas

por Tácio Caldas

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Publicado em 07/01/2024, às 09h08 - Atualizado às 09h10


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Após a tentativa de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores de São Paulo, para investigar o padre Júlio Lancellotti dar errado, uma nova alegação surgiu. Isso porque um vídeo antigo, que 'ataca' o clérigo, voltou a circular nas redes sociais. Nas supostas imagens, um homem, que supostamente seria Lancellotti, aparece em atos libidinosos com menores de idade. O detalhe é que o material já teria circulado em 2022 e já haviam sido levantadas suspeitas de que havia sido feito uma edição fraudulenta no material exibido no vídeo.

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De acordo com um períto Mario Alexandre Gazziro, contratado pela revista Fórum, "os vários elementos apontam para uma farsa e esse vídeo, em particular, foi gerado para dificultar análises forenses". 

O que realmente prova que não se trata do padre é a edição para inserção dos ícones do WhatsApp. Porque se fosse realmente um caso real, em que uma suposta vítima tivesse gravado a tela do próprio celular com alguma ferramenta, não teria aparecido o ícone do aplicativo como artefato de edição em destaque na análise forense. Aquilo foi editado e colocado lá", explica Gazziro.

O períto ainda destacou o fato do video apresentar o suposto 'rosto' do clérigo no vídeo. Segundo ele, essa é um tipo de edição 'comum' e facilmente realizada por qualquer pessoal pelo chamado 'deepfake'. Apesar disso, Mario Gazziro destacou que este ponto também foi editado para dificultar a análise pericial.

Com relação às supostas imagens onde o rosto do padre aparece, é muito simples de gerar isso por softwares de geração de deepfake, e o alinhamento e proporções com o resto do corpo foram deliberadamente enquadrados para evitar a análise sumária de deepfake. Quem fez, fez para não deixar esses vestígios, fez sem esses elementos", acrescentou.

O especialista esclarece ainda que o vídeo pode aparentar ser 'simples' e feita sem 'compromisso' para dar um ar de naturalidade, mas foi algo feito por um profissional. Isso porque quem executou a edição do vídeo, além das inserções dos ícones do WhatsApp, não deixou outras rebarbas e pontos à mostra que pudessem ser analisados. "A aparência final foi de algo tosco, mas na verdade esse vídeo foi muito bem-produzido pra evitar análises forenses", concluiu.

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