Política

Garimpeiros estão deixando terra Yanomami após bloqueio aéreo, diz ministra

Funai/Via BBC
A ministra dos Povos Indígenas fez neste sábado (4) uma nova visita a Roraima  |   Bnews - Divulgação Funai/Via BBC

Publicado em 04/02/2023, às 18h41 - Atualizado às 18h42   SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)


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O governo federal informa ter informações de inteligência sobre um fluxo relevante de garimpeiros que estão deixando a Terra Indígena Yanomami. A movimentação ocorre após o presidente Lula ter decretado o bloqueio aéreo da região, inviabilizando a logística do garimpo.

A informação foi dada por Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, que faz neste sábado (4) uma nova visita a Roraima para acompanhar a situação dos yanomamis, que vivem uma situação de emergência sanitária.

"Temos essa informação de que muitos garimpeiros estão saindo. É bom que saiam, assim a gente diminui a operação que vai ser feita. Se eles saem sem precisar da força policial, é melhor para todo mundo.", disse Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.

Ainda de acordo com a ministra, fontes locais, como os próprios indígenas e as equipes do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indigena) Yanomami, corroboram a informação sobre o êxodo de garimpeiros.

Guajajara diz que o governo federal elabora, em colaboração com o governo de Roraima, um plano para transportar os garimpeiros. Também há estudos para evitar que os envolvidos com a exploração ilegal de ouro migrem para outras terras indígenas, como ocorreu em 1992, na primeira operação maciça de desintrusão do garimpo na Terra Indígena Yanomami.

Construção de hospital de campanha

Em paralelo com o plano de remoção dos garimpeiros, o governo tomará outras iniciativas para solucionar a crise de saúde vivida pelos yanomamis nos últimos meses. Sonia anunciou a construção de um hospital de campanha na região do Surucucu, uma das principais concentrações de indígenas dentro da área demarcada. Para isso, a pista de pouso do batalhão do Exército que atua na região será reformada —é preciso que ela volte a comportar grandes aeronaves para que a estrutura seja levada até o local.

"O que temos agora ainda é essa realidade de que temos que remover os pacientes para a Casai [Casa de Saúde do Indígena], em Boavista. Mas estamos reformando a pista para que esse plano possa ser trabalhado".

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