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BNews Novembro Negro: Desigualdade entre negros e brancos é agravada na pandemia

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Publicado em 07/11/2021, às 11h25   Redação BNews


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A desigualdade entre negros e brancos foi agravada durante a pandemia da covid-19. É o que aponta boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados mostram que mais de 6,4 milhões de homens e mulheres negros saíram da força de trabalho – como ocupados ou desempregados - , entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, isto é, perderam ou deixaram de procurar emprego por acreditar não ser possível conseguir nova colocação. Entre os brancos, o número de pessoas nessa mesma situação chegou a 2,4 milhões. 

Na comparação entre o 4º trimestre de 2019 e o 2º trimestre de 2020, entre os negros, o número subiu para 7,4 milhões. Para os não negros e não negras, o total pouco se alterou, chegando a 2,7 milhões de pessoas.

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Dos 8 milhões de pessoas que perderam o emprego entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, 6,3 milhões eram negros e negras, o equivalente a 71% do total. Entre o 4º trimestre de 2019 e o 2º de 2020, cerca de 72% ou 8,1 milhões de negros e negras estavam em situação vulnerável no país.

Busca por ocupação

O medo pela contaminação do coronavírus impactou na busca por ocupação. A taxa de desocupação não cresceu na mesma proporção dos postos de trabalhos fechados pela pandemia.

É possível perceber o aumento da taxa de desocupação entre o 4º trimestre de 2019 e o 1º trimestre de 2020, uma vez que as pessoas perderam os trabalhos temporários e começaram a buscar novas oportunidades. Para os homens negros, a taxa de desocupação passou de 11,8% para 14,0%, do primeiro para o segundo trimestre de 2020; para os não negros, de 8,5% para 9,5%; e para as mulheres negras, de 17,3% para 18,2%, no mesmo período.

Como consequência da saída de muitos trabalhadores da força de trabalho, a taxa de subutilização, que expressa a demanda potencial por trabalho, chegou a 29,1% no 2º trimestre de 2020. A taxa de subutilização da mulher negra foi de 40,5%, enquanto a de homens negros foi de 29,4%. Entre os não negros, a taxa foi de 19,1% para os homens e 26,4%, para as mulheres.

Dos 11 milhões de ocupados que perderam os postos de trabalho entre o 4º trimestre de 2019 e o 2º trimestre de 2020, 31,4% tinham carteira de trabalho assinada; 28,7% não possuíam carteira e eram assalariados; 25,8% trabalhavam por conta própria; e 11,4% eram trabalhadoras domésticas sem carteira.

Carteira de trabalho

Cerca de 1,4 milhão homens negros possuíam carteira no 4º trimestre de 2019 e, no 2º trimestre de 2020, no meio da pandemia, já não mais.

Foram os homens negros com carteira (1,4 milhão), sem carteira (1,4 milhão) e os que trabalhavam por conta própria (1,2 milhão) que perderam as ocupações na pandemia. Para as negras, os números não ficam atrás. Perderam os postos de trabalho 887 mil trabalhadoras com carteira; 620 mil sem carteira; 886 mil trabalhadoras domésticas; e 875 mil trabalhadoras por conta própria.

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Em média, todos os rendimentos de homens e mulheres, negros e não negros, aumentaram entre o 4º trimestre de 2019 e o 2º trimestre de 2020. Os resultados poderiam ser comemorados se a análise fosse feita apenas pelo enfoque dos rendimentos, mas é possível perceber que houve perda de trabalho entre aqueles com inserções mais frágeis e informais. Ou seja, os que tinham menor rendimento perderam as ocupações, enquanto aqueles que ganhavam mais permaneceram ocupados e com salário.

Classificação Indicativa: Livre

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