Definitivamente, o mais belo dos belos

Publicado em 19/02/2012, às 00h43 Daniel Pinto

Desde o início da noite, moradores da comunidade, associados, celebridades e políticos começaram a circular entre a Senzala do Barro Preto e o Terreiro Ilê Axé Jitolu, no Curuzu, na expectativa para a saída do bloco Ilê Aiyê. Pouco depois das 21h, os percussionistas começaram a se movimentar em direção à Casa de Santo, onde é feito o ritual de abertura dos caminhos para que a entidade carnavalesca possa ganhar as ruas da Liberdade em desfile que segue até o circuito Osmar, no Centro de Salvador.

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Diante do terreiro, os músicos receberam o tradicional banho de milho branco para dar proteção e atrair energia positiva. Enquanto isso, os tambores e os instrumentos de sopro entoavam uma cadência de arrepiar até mesmo os agnósticos. No mesmo instante, o povo começou a cantar o refrão da música Negrume da Noite. “Ilê, ilê Aiyê, tu és o senhor dessa grande nação... Odé comorodé, odé arerê, odé”.

Na sacada, Antônio Carlos Vovô e outros anciões da entidade observavam tudo ao lado da Deusa do Ébano e de autoridades, a exemplo do vice-prefeito Edvaldo Brito (PTB), Nelson Pelegrino (PT), José Sérgio Gabrielli e os secretários da Reparação do município e do estado, dentre outros.

Em seguida, foi cumprido o rito das pombas brancas, que foram preparadas com antecedência no terreiro de Candomblé. As aves, que simbolizam paz e concórdia, foram soltas logo após um cântico religioso. Agora, sim, com a proteção dos orixás, o mais belo dos belos pôde sair para brilhar na festa de Momo.

Em meio ao som dos tambores, a reportagem do Bocão News conseguiu conversar com Vovô, que explicou a escolha do tema “Negros do sul – Lá também tem”. “Não tem mistério, não. É uma manifestação para agregar. Onde tiver um negão, vamos lá abraçá-lo”.

Fotos: Roberto Viana/Bocão News

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