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Prestação de contas atrasada do Gandhy gera polêmica

Imagem Prestação de contas atrasada do Gandhy gera polêmica
Diretoria fala de impedimento por motivo de saúde; sócios suspeitam de fraude  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 29/12/2013, às 08h10   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)




O Tapete Branco da Avenida passa por momentos de cabeça vermelha neste momento. O Filhos de Gandhy, um dos blocos afro mais importantes do Carnaval da Bahia, atravessa uma polêmica interna relativa à prestação de contas do ano de 2012. No bafafá, diretoria e sócios estão divididos.
De acordo com o Estatuto do bloco, as contas de um ano precisam ser prestada até o mês de maio do outro ano. Este ano, porém, até agora 2012 não teve o balancete apresentado e julgado pela assembleia de sócios. A questão também atrapalha a confecção do orçamento do ano que vem, que precisa ser fechado até 31 de dezembro.
A diretoria já teria marcado três assembleias gerais de sócios para apresentar as contas, mas cancelou todas sob a justificativa de que o presidente Agnaldo Silva sofre de problemas de saúde e está impedido de exercer sua função. De acordo com o vice, Francisco Lima, o estatuto garante o atraso na apresentação uma vez que há citação nominal do dirigente e é preciso lhe conceder direito de defesa e palavra caso suas contas sejam questionadas.
Segundo Raimundo Guerreiro, presidente do bloco Filhos do Rei, ex-diretor e sócio do Gandhy há 29 anos, a situação é suspeita e preocupante, uma vez que a diretoria estaria possivelmente tentando mascaras alguma possível irregularidade ao atrasar indefinidamente o balanço. Para ele, a justificativa de afastamento por doença não pode paralisar as atividades da diretoria.
“Isto é incompreensível. Se alguém tem um impedimento de saúde, o outro assume. Se o presidente morrer, essas contas nunca vão ser julgadas? Esta é uma situação gritante e perigosa. Os associados estão sendo feitos de palhaços”, reclamou Guerreiro. Haveria uma assembleia às 13h deste sábado na sede do bloco, mas, pela terceira vez no mês, ela foi cancelada pelo mesmo motivo.
Porém, mesmo sem a reunião, os sócios garantem que estarão na porta do bloco para protestar. Raimundo Guerreiro promete questionar a diretoria e diz ter certeza de que o estatuto está do seu lado e condena as atitudes dos dirigentes. Já o vice-presidente afirma que não sabe da manifestação e se esquivou de esclarecer se receberá ou não o ato.

*Matéria originalmente publicada às 10h21 de sábado (28

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