Denúncia

Com medo de novo desabamento, neta de Dinha do acarajé acusa prefeitura de negligência; gestão rebate

Arquivo pessoal
"Não podemos parar de trabalhar, pois somos famílias que dependem da venda dos nossos produtos", destacou a baiana  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 27/11/2020, às 20h47   Márcia Guimarães


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Após o desabamento de uma barraca de beiju que deixou quatro pessoas feridas na noite de quinta-feira (26), na orla do Rio Vermelho, a baiana de acarajé e neta de Dinha, Érica Cruz, está com medo de um novo acidente. Isso porque ela mantém o quiosque que herdou da avó e tem enfrentado dificuldade para consertar o local. Ela acusa a prefeitura de Salvador de não liberar a obra, nem dar meios para conseguir a licença para a melhoria da estrutura.

“Assim como o pessoal do beiju, a gente está há anos pedindo a reforma no quiosque, pois o local está todo comprometido. Tentamos fazer a obra, mas o pessoal da Sedur embargou e levou nosso material, como blocos, cimento e argamassa. Eles não têm autorização e nem fornecem meio de conseguir. Quando a gente faz, eles embargam. Apresentamos um projeto de reforma e a Fundação Mário Leal aprovou, mas a Sedur não libera”, reclama Érica.

A baiana de acarajé diz que os quatro pilares de madeira que sustentam a sua barraca estão rachados por causa da água da chuva e de lavagens realizadas pela prefeitura, que acabam ocasionando infiltrações no material. “A gente não consegue mudar nada na estrutura sem autorização da Sedur porque é solo público. Estamos correndo risco de vida. Não podemos parar de trabalhar, pois somos famílias que dependem da venda dos nossos produtos. Se morrermos, quem vai responder por isso?”, pergunta a comerciante.

Questionada pelo BNews, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) respondeu que a manutenção da estrutura é de responsabilidade do permissionário. “Em fevereiro deste ano, o órgão demoliu um muro irregular que estava sendo construído pelo permissionário, sem a devida autorização da prefeitura. Em agosto, a Sedur orientou que a responsável fizesse um projeto de reforma do quiosque em logradouro público, para que os órgãos competentes (Sedur e Fundação Mário Leal Ferreira), pudessem analisar a viabilidade desta obra, o que não ocorreu”, afirmou a Secretaria. 

A Sedur acrescenta que, por se tratar de uma área tombada, o projeto precisa também da anuência do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).

Abaixo está o documento enviado pela baiana de acarajé que mostra que o projeto foi aprovado pela Fundação Mário Leal Ferreira.


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