Educação

Greve dos professores: Rui Oliveira critica postura de Wagner

Gilberto Júnior
Em entrevista, líder sindical negou vontade de ser candidato a vereador  |   Bnews - Divulgação Gilberto Júnior

Publicado em 26/05/2012, às 07h17   Redação Bocão News




Em entrevista concedida ao Blog do Geddel nesta sexta-feira (25), o coordenador geral da APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia), e líder do movimento grevista dos professores estaduais que já completa 45 dias, Rui Oliveira criticou duramente o comportamento do governo Wagner durante as negociações com a categoria e detalhou os motivos que levaram à paralisação.

Segundo ele, o governador tem adotado uma postura de intransigência para mostrar a outras categorias que, caso elas decidam entrar em greve, não terão suas reivindicações atendidas e serão derrotadas. “O governo quer impor a sua força já que nem na época de ACM teve tanto deputado do seu lado. Muitos votaram mesmo sem saber o que estavam votando, apenas para preservar seus cargos”, argumentou Rui.

A greve foi deflagrada porque o governo do estado descumpriu um acordo de reajuste salarial assinado em novembro do ano passado com os professores, no qual ficou estabelecido que o aumento no âmbito estadual seria vinculado ao piso nacional definido pelo governo federal. “O piso foi reajustado para 22,22% em fevereiro no valor de R$ 1.451. O governador Wagner e outros governadores foram pressionar o governo federal para tentar reduzir esse valor e perderam a batalha”, explicou.

O governo então propôs que o reajuste fosse dividido em duas parcelas. A primeira seria paga em novembro de 2012 e a segunda em abril de 2013. Irritados com a tentativa de mudar o que fora acordado, os professores rejeitaram a proposta e entraram em greve. Desde então, o governo entrou na Justiça para decretar a ilegalidade do movimento e recentemente tentou recuar ao garantir que devolveria o salário cortado de abril e não suspenderia o de maio. Novamente, os professores não aceitaram.

“O governo não conseguiu vencer a batalhar, apostou mal e deveria ter humildade de dizer que estava em dificuldade. Se ele se diz hábil negociador, deveria abrir mão de alguma coisa. A responsabilidade e o prejuízo por não haver aulas não podem ser colocados apenas na conta dos trabalhadores”, protestou Rui. Filiado ao PC do B, ele ainda negou que a greve tenha motivações políticas, como afirmou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PMDB). “Não tenho pretensão de ser candidato a vereador. Sou formado em química, ganho muito bem e minha prioridade é a luta sindical”, garantiu.

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