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Faeb divulga avaliação dos prejuízos da seca bahia

Imagem Faeb divulga avaliação dos prejuízos da seca bahia
Em 90 dias, pequenas cidades vão começar desabastecimento de carne  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 17/05/2012, às 13h10   Redação Bocão News


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Enfrentando um dos piores períodos de estiagem dos últimos 40 anos, a Bahia já sente os prejuízos causados ao setor agropecuário. A FAEB - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia divulgou um documento com as principais cadeias atingidas pela forte seca.
LEITE - A produção de leite na Bahia já apresenta uma queda aproximada de um terço, o que representa cerca de 1,5 milhão de litros/dia. Como exemplo, a captação de leite do Laticínio Valedourado na região de Ipirá, que caiu de 100 mil litros de leite/dia, para 18 mil/dia. Itapetinga, Jequié e Itabuna: 60%; Coaraci 65%; Gandú 30%; Miguel Calmon 40%. 
PECUÁRIA DE CORTE - A Pecuária de corte que vem sofrendo muito com a seca, já dá sinais fortes de redução de oferta de animais para abate. 
Na avaliação da FAEB, em torno de 90 dias, as pequenas cidades do interior baiano vão começar a sentir sinais de desabastecimento de carne bovina. Salvador, Feira de Santana, Juazeiro, Vitória da Conquista, Jequié, dentre outros, que dispõem de armazenamento (frigoríficos) em condições de receber carnes de outros estados, poderão ter o abastecimento normalizado. A redução de oferta é sentida com o aumento na cotação do preço do boi nas últimas semanas. 
Em 2013 haverá uma menor oferta de bois prontos para o abate, devido a antecipação de animais que só seriam ofertados no próximo ano. 
Essa antecipação está sendo a única maneira que o pecuarista vem encontrando para reduzir o seu prejuízo. O reflexo da desestruturação da pecuária será sentido com mais intensidade nos próximos anos, pois as matrizes (vacas) em estado debilitados só deverão entrar no ciclo reprodutivo em 2013, além da redução que ocorrerá no ano de 2012. 
CACAU - A produção cacaueira já começa a sofrer com baixo índice pluviométrico, principalmente na região de transição, que engloba os municípios de Ipiaú, Ubatã, Ibirataia, Itagibá, Dário Meira, Jitaúna, Gongogi, dentre outros. Com a falta de umidade no solo, as plantas sofrem com o estresse hídrico, o que deverá concorrer para redução da safra temporã desse ano. 
A PERDA NA PRODUÇÃO - Desconsiderando a produção de milho já colhida no Oeste, o  Litoral Norte (Adustina, Paripiranga, Ribeira do Pombal e outros), reconhecidos tradicionalmente como responsáveis por 80% da produção do feijão na Bahia, pode se considerar perda total da safra, pois, com a estiagem, não houve condições de plantio. 
Nos municípios de Tapiramutá, Baixa Grande, Mundo Novo, Mairi, Rui Barbosa e outros, como também, grandes produtores de safra de inverno, a situação é semelhante: não houve condições de plantio. Com essa quebra de safra, o abastecimento no Estado deverá ser proveniente de Minas Gerais e Paraná. 
FRUTICULTURA - Com exceção da região do São Francisco, onde não está havendo ainda problemas de irrigação, a Fruticultura também corre sérios riscos. O governo deliberou a suspensão de outorgas da água para fins comerciais e os recursos hídricos estão sendo destinados exclusivamente para abastecimento da população.  
Com isso, a produção de frutas, com exceção do Vale do São Francisco, sofrerá grave impacto. A produção de abacaxi na região de Itaberaba já teve uma queda drástica com o comprometimento da safra de 2012 e retardamento do plantio de safra de 2013.
Esta avaliação, apesar de ser sumária sobre os efeitos da seca, retrata o estado crítico e desarticulador da agropecuária baiana.

Apelo

Fome, calor, terra, sede. Seca. Considerada a pior dos últimos 50 anos em alguns estados do Nordeste, a seca está provocando o caos em diversos municípios baianos. “O Governo Federal tem que atender com urgência esta emergência”, disse o prefeito de Camaçari e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Luiz Caetano (PT).

Segundo ele,  R$ 2,7 bilhões já foram disponibilizados pela presidente Dilma, “mas este valor ainda não está disponível”. Caetano relatou ao apresentador Zé Eduardo, durante entrevista ao Programa do Bocão, na Rádio Sociedade, na manhã desta segunda-feira (14), que em visita à Chapada Diamantina, foi possível presenciar “um lugar de grandes belezas naturais, secando”.

Com 230 municípios já em estado de emergência, o presidente da UPB disse que a previsão é que chova em novembro. “Pode ser que isso não aconteça. E ainda podemos ter problemas em Feira de Santana com o Paraguaçu que está secando. Pode piorar”, ressaltou.

Em tom de apelo,  Luiz Caetano clamou pela ajuda da sociedade. “São três milhões de baianos que precisam comer e beber água. A seca mata aos poucos”, concluiu.

O Governo  e a seca

No programa semanal de rádio conversa com o governador desta terça-feira (8) Jaques Wagner fala sobre o pedido de recursos para combater os efeitos da seca na Bahia. Na última semana, os gestores dos estados nordestinos se reuniram para definir uma pauta de reivindicação ao governo federal.

“Essa é a minha prioridade, a prioridade da equipe de governo, essa seca que é a mais rigorosa dos últimos 50 anos, e realmente na quinta-feira nós assinamos dois convênios: um com o Ministério da Integração Nacional, que envolve aproximadamente mais R$ 50 milhões – 20 milhões para sistemas de abastecimento de água e em pequenos sistemas em municípios como Manoel Vitorino, Mirante, Bom Jesus da Serra, Sento Sé, Caculé e Licínio de Almeida, mais 16 milhões para a construção de 12 mil cisternas que realmente ajudam ao nosso povo a atravessar o período sem chuva, e mais 15 milhões para a construção de 360 barreiros em vários municípios, beneficiando em torno de 18 mil pessoas, e também com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, finalmente assinamos um convênio de R$ 25 milhões para a compra de mais máquinas, que ajudarão aos municípios a fazerem limpeza de barragens, construção de novas barragens para a recepção de chuva quando ela vier, e esse dinheiro, serão 35 motos niveladoras e mais 28 retro escavadeiras”
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Festa cancelada

Doze cidades baianas cancelaram os festejos juninos por conta da situação de seca, segundo informações da União dos Municípios da Bahia (UPB). 

As cidades que decidiram até agora não ter São João são Miguel Calmon, Barrocas, Tucano, Várzea do Poço, Nova Fátima, Tapiramutá, Caém, Mundo Novo, Serrolândia, Várzea Nova, Mirantes e Valente. 

Apesar da seca, em 7 de 11 cidades com festejos juninos tradicionais, o São João está garantido - ainda que em algumas delas com redução no número de dias de arrasta-pé. A estiagem enfrentada pelo estado é considerada a pior dos últimos 47 anos.
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Classificação Indicativa: 18 anos

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