Um grupo formado por ex-funcionários do Hospital Espanhol se reuniu, na manhã desta quarta-feira (10), para cobrar resolução do impasse enfrentado desde 2014, quando a unidade de saúde fechou as portas. Desde então, os trabalhadores da instituição aguardam o pagamento de dívidas trabalhistas, que gira em torno de R$ 195 milhões.
"É uma situação incomoda, porque muitos estão fora do mercado de trabalho, passando dificuldades, muitos não conseguem emprego por causa da idade. Uma vida dedicada ao Espanhol e de certo o que temos é só a incerteza", lamentou Jamilton Góes, diretor jurídico do Sindsaúde, em conversa com o BNews.
O sindicalista não escondeu a frustração diante do adiantamento da decisão agendada para hoje, no Tribunal Regional do Trabalho. "Agora será no dia 31 de maio e vamos convocar trabalhadores e sindicatos para ir ao TRT acompanhar de perto na Justiça", declarou.
Questionado sobre o interesse de compra apontado pelo Instituto de Gestão Humanizada (IGH), Góes não expressou maiores expectativas. "Eles já procuram o sindicato, mas não vimos nada de concreto", pontuou.
O MÍNIMO
Com 22 anos de serviços prestados ao Hospital Espanhol, nas funções de maqueiro a auxiliar de enfermagem, Sinvaldo de Almeida, 50, disse que se não houvesse 'gente grande envolvida' o direito dos trabalhadores teria sido respeitado. "A gente não quer mais que o valor normal, que é o mínimo possível, o de direito, porque é a nossa vida. É um absurdo isso!", desabafou.
Depois do encerramento das atividades, os ex-funcionários receberam apenas os valores referentes ao FGTS por decisão da Justiça e continuam a reivindicar as rescisões trabalhistas.
"Eu e os colegas estamos enfrentando uma situação crítica, porque trabalhamos honestamente e não temos o direito respeitado", disse o maqueiro Cláudio Silva, de 50 anos, que hoje vive de "bicos".
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