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Sangue e destruição na parada gay

Publicado em 11/10/2010, às 03h15   Redação Bocão News


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Numa das piores ondas de violência registradas em Belgrado, capital da Sérvia, nos últimos dois anos, 110 policiais ficaram feridos no confronto com “skinheads”, neonazistas e outros extremistas neste domingo (10), durante desfile da parada do orgulho gay.  

Conforme dados do serviço hospitalar de emergência local, mais de 140 pessoas ficaram feridas e 200 foram presas no confronto entre policiais e grupos de homofóbicos que se mostram contra a realização do evento.

Apesar de terem sido mobilizados 5,6 mil policiais para garantir a segurança do evento, foram muitos os conflitos registrados durante o desfile. Aos gritos de "morte aos homossexuais", cerca de 6 mil manifestantes lançaram coquetéis molotov, tijolos, pedras e garrafas de vidro na direção dos policiais, que, por sua vez, usaram gás lacrimogêneo e veículos blindados para dispersar a multidão.

Retirados do local da parada, os manifestantes quebraram vidros da embaixada da Áustria, invadiram a emissora de televisão estatal, botaram fogo nas sedes dos Partidos Democrático e Socialista. O clima foi de destruição e a situação só foi controlada no início da noite.

Enquanto o presidente Boris Tadic prometeu punir o idealizador dos protestos, o ministro da Defesa, Dragan Sutanovac, considerou o “dia muito ruim para a Sérvia”. Já  o ministro do interior, Ivaca Dacic, elogiou a ação da polícia. Para ele, as forças policiais, em menor número, evitaram “que houvesse um derramamento de sangue ainda maior".

Durante o conflito, manifestantes tentaram ultrapassar os cordões de isolamento. Vários carros foram queimados ou danificados, lojas saqueadas e tiveram os vidros estilhaçados, latas de lixo foram reviradas e sinais de trânsito destruídos.

De acordo com a polícia sérvia, muitos dos manifestantes presentes nos protestos deste domingo eram jovens torcedores de futebol, entre os quais se infiltraram neonazistas e outros extremistas.

Intolerantes com os gays, grupos sérvios de direita mostram-se radicais contra a realização de eventos dessa natureza, alegando que são contrários aos valores familiares e religiosos do país. Em 2001, esses grupos realizaram uma marcha e forçaram o cancelamento do evento no ano passado.

A parada gay deste domingo foi vista como um importante teste para o governo da Sérvia, que afirma ser comprometido com a proteção dos direitos humanos, enquanto busca fazer parte da União Europeia.

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