Política

Com medo da 1ª derrota na Alba, Rui apara arestas com aliados

Publicado em 14/04/2015, às 17h42   David Mendes (Twitter: @__davidmendes)


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Sedentos por cargos na máquina pública estadual, Rui Costa enfrenta rebelião da base de sustentação na Alba
O governador Rui Costa (PT) deu início ao seu mandato em uma posição na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) mais confortável, aparentemente, do que seu antecessor e padrinho político, o ex-governador e ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT).
Das 63 cadeiras do parlamento baiano, apenas 16 deputados integram a bancada oposicionista na Casa. Além da esmagadora maioria, o gestor petista tem ainda como aliado o presidente do Legislativo, o deputado Marcelo Nilo (PDT), fiel escudeiro de Wagner durante seus oito anos de mandato. 
Mas, apesar do aparente conforto, Rui estaria navegando em mar revolto ou, talvez, em águas nunca antes navegadas. A conversa nos corredores da Casa é que o governo petista enfrenta a “fúria” dos membros da sua base de sustentação, que estão sendentos por cargos na máquina pública estadual, e a "paciência", solicitada pelo governador em encontro com todos os aliados no mês passado, já teria se esgotado.
Nesta terça-feira (14), o governador solicitou a devolução do Projeto de Lei 21.080/2015, primeiro enviado pelo Executivo desde que assumiu e que previa a inscrição de créditos não tributários em dívida ativa do Estado. A proposta pretendia também ter o controle dos mecanismos de cobranças dos títulos executivos extrajudiciais titularizados pela Fazenda Pública.
O líder do governo, deputado Zé Neto (PT), informou que pontos no projeto foram criticados e, "para não criar polêmica", o Executivo decidiu retirar. Entretanto, a medida teria sido por receio do governo em sofrer a primeira derrota na Casa de Leis da Bahia. No governo Wagner, com o seu "rolo compressor", como ficou conhecido, não há lembraça de o então governador ter um projeto rejeitado pela Assembleia.
Aparando as arestas
Nesta segunda (13), o governador chamou os cinco deputados do PP e os quatro do PDT para uma reunião na governadoria. O encontro com os pepistas contou com a participação do vice-governador e secretário de Planejamento, João Leão, que comanda o PP no estado. Nesta terça foi a vez de Rui Costa chamar para uma conversa “tête-à-tête” os deputados do PSD, a maior bancada na Casa depois do PT, com oito deputados no total. O líder do partido na Bahia, o senador Otto Alencar, não compareceu ao encontro.  
Ainda não há informações que o governador irá se reunir com deputados dos outros partidos aliados. O líder baiano viajou para Brasília nesta terça, onde participa de encontro com governadores dos estados do Nordeste. O certo é que o governador terá que adiantar as indicações do segundo e do terceiro escalão do seu governo, porque, como todos sabem, um ser humano (um deputado) é passível de cometer qualquer ato para saciar sua fome.
Colaborou o repórter de política Victor Pinto.

Deputados do PDT com Rui Costa

Deputados do PSD com Rui Costa
Deputados do PP com Rui Costa

Classificação Indicativa: Livre

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