Política

Em tom pacificador, Rui tenta frear disputa interna entre Adolfo e Leal pela presidência da AL-BA

Roberto Viana/ Arquivo BNews
Pepista ignorou acordo de 2018 e acelerou articulações para continuar no comando da Casa   |   Bnews - Divulgação Roberto Viana/ Arquivo BNews

Publicado em 29/07/2020, às 23h46   Eliezer Santos


FacebookTwitterWhatsApp

O governador Rui Costa (PT) iniciou uma operação para arrefecer os ânimos dentro da sua base na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), que ficou bastante agitada nos últimos dias com as articulações do presidente Nelson Leal (PP) no sentido de derrubar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que veta reeleição para pavimentar sua continuidade na cadeira mais poderosa da Casa. 

A presidência 2021-2022 estava prometida a Adolfo Menezes (PSD) desde 2018 num esquema de rodízio proposto pelo próprio governador, mas o cenário parece ter voltado à estaca zero. Durante uma reunião com Leal e Menezes nesta quarta-feira (29) Rui reforçou a necessidade manter a unidade do grupo e usou tom pacificador porque não considera salutar o clima de disputa interna. PP e PSD são partidos fundamentais na equação eleitoral que começou a ser rascunhada para a sucessão estadual. 

“Vai ficar na mão do governador. O que o governador decidir, está decidido”, afirmou Adolfo Menezes ao BNews após o encontro, sinalizando que a presidência da AL-BA é item importante na engenharia dos partidos rumo a 2022.

Procurado pela reportagem, o presidente Nelson Leal, não respondeu o contato até o fechamento dessa matéria.

A avaliação de interlocutores é de que o presidente do próximo biênio chega com melhores condições para renovar o mandato de deputado ou ainda pode pleitear algum espaço na majoritária. Quem estiver na presidência da AL-BA em 2022 pode, eventualmente, se tornar o primeiro na linha sucessória do governo baiano, caso o governador Rui Costa deixe o Executivo para disputar algum cargo eletivo e passe o comando do governo ao vice João Leão nos oito meses finais.

A reeleição de Leal deixaria os dois postos sob a batuta do PP, o que desagrada alguns interlocutores do grupo. Por outro lado, a presidência com Adolfo Menezes ajudaria a impulsionar uma eventual candidatura de Otto Alencar, cacique do PSD, que encerra em 2022 seu mandato de oito anos no Senado Federal.

De qualquer modo, Rui colocará mais uma vez publicamente suas digitais na definição do futuro chefe do Legislativo. Antes, porém, deve consultar os principais caciques que formam o conselho político do grupo conselho, mas não fixou data para bater o martelo. 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp