JH de palio? Carro pertence a LM, velha parceira de João
Ex-prefeito manteve contrato com a empresa que está sob investigação do TCM |
Publicado em 24/04/2013, às 14h50 Caroline Gois (Twitter: @goiscarol)
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Na manhã desta quarta-feira (24), o ex-prefeito de Salvador, João Henrique, sofreu um acidente na Barra após chocar o carro que dirigia contra um poste. Fora os prejuízos materiais e o fato de, por sorte, não ter tido ferimentos graves, algo chamou a atenção da equipe do Bocão News, que questionou: JH de palio? Afinal, até onde se sabe, um prefeito cujo poder aquisitivo, independente do cargo, sempre chamou a atenção e que faz questão de esbanjar viagens em cruzeiros e passeios românticos em praias litorâneas estaria agora com um carro popular? Será que João Henrique estava tentando se camuflar para não ter que prestar esclarecimentos à população sobre o resultado da sessão do último dia 17, na qual as contas referentes ao exercício financeiro de 2009 e as do ano de 2010 foram rejeitadas? Talvez sim.
Porém, o que ele não esperava é que o 'disfarce' pudesse se tornar seu calcanhar de aquiles. Isso porque, fontes ligadas ao site Bocão News confirmam que o veículo conduzido pelo ex-prefeito pertence a empresa LM Transportes, Serviços e Comércio Ltda. Para quem não se lembra, a LM - empresa de Luís Mendonça, está na lista dos contratos investigados pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) entre a prefeitura de João e algumas empresas.
Em relatório divulgado pelo órgão, inclusive em sites oficiais de partidos de oposição como o Psol, fora registrado que a prefeitura despendeu R$ 8,912 milhões em contrato com dispensa de licitações, sem fundamentação suficiente para tal. Os contratos onde aparecem maiores indícios de irregularidades estão na contratação de serviço de aluguel de carros por preço.
Para o TCM o preço de aluguel dos veículos foi irrazoável, tendo sido realizado pregão pessoal e não eletrônico, como manda a lei, que permite empresas de outros estados oferecerem preços menores, sendo contratada empresas tidas pelo tribunal como sem capacitação e com valor acima do teto da licitação. O valor do teto era de R$ 136 milhões, mas o contrato foi firmado em R$ 143 milhões. De qualquer forma, é um valor altíssimo somente para aluguel de carros. As empresas foram a Tradekar Transporte e Serviço Ltda. e LM Transportes, Serviços e Comércio Ltda.
O TCM pontuou também com relação às contas de 2009, que foram rejeitadas, que houve repasses para entidades sem fins lucrativos, no valor de R$ 38,5 milhões, sendo que deste valor apenas R$ 7 milhões foram prestados contas. Os mais de R$ 31 milhões restantes não tinham prestação.
Com este histórico e com o incidente de hoje, pelo visto, a relação entre João Henrique e a LM Transportes ainda perdura, rende e abre ainda mais brecha para se entender o que, de fato, está por trás da Era JH. Esta, que promete deixar muitos resquícios daquilo que não se conseguiu desvendar quando andar de carro velho não era moda.
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