Salvador

Limitação de cadeiras no Porto da Barra causa revolta entre vendedores: "temos que selecionar quem vamos atender"

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Determinação da Semop limitou a quantidade de cadeiras alugadas pelos barraqueiros em 20 unidades  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 13/01/2018, às 12h07   Diego Vieira



Encontrar uma cadeira para sentar na praia do Porto da Barra, em Salvador, não tem sido uma tarefa fácil. Quem chegou por volta das 10h deste sábado (13) ao local encontrou dificuldades para conseguir um assento em uma das barracas. Isso porque uma determinação da Secretaria de Ordem Pública (Semop) limitou a quantidade de cadeiras alugadas pelos barraqueiros em 20 unidades. 

Na última quarta-feira (10), agentes do órgão realizaram uma operação para recolher as cadeiras que ultrapassavam o número permitido. A fiscalização voltou a ocorrer na manhã deste sábado, deixando os ambulantes revoltados. 

"Não tem porquê a prefeitura limitar a quantidade de cadeiras. O Porto da Barra é uma das praias mais frequentadas de Salvador e agora com essa ordem da Semop, os banhistas que chegam aqui não acham lugar para sentar. Não temos como atender os clientes com essa limitação. Ainda mais agora no verão e próximo do carnaval", desabafou a vendedora Geisa Oliveira.

Ainda segundo a barraqueira, que trabalha no Porto da Barra há nove anos, com a nova determinação os vendedores têm sido obrigados a escolher para quem vão alugar o equipamento. “A partir de agora, temos que selecionar quem vamos atender, porque se um banhista chegar aqui com cooler, por exemplo, infelizmente vamos ter que priorizar quem vai consumir na nossa barraca. Esse é o único jeito que encontramos para tentar driblar o prejuízo", disse.

Para o vendedor Adriano Silva, a prefeitura deveria encontrar outras formas que não prejudicassem o lucro dos barraqueiros. "Isso é um verdadeiro absurdo. Não temos condições de trabalhar dessa forma. Essa limitação está prejudicando o nosso trabalho. O banhista que chega à praia em um fim semana, por volta das 10h, não acha mais cadeira para sentar. A prefeitura deveria rever isso", reclamou. Ainda de acordo com o comerciante, por conta da limitação, o valor cobrado pelo aluguel das cadeiras sofreu um reajuste. "O que antes era cobrado R$ 5, hoje chega a custar até R$ 7", afirmou.

Os banhistas que frequentam o local também reclamaram da ação. "Eles [a prefeitura] estão perseguindo quem está trabalhando e isso é inadmissível. As outras coisas que eles deveriam olhar, eles não fiscalizam. Agora fica tirando o sustento dos pais de família que precisam trabalhar", desabafou o policial aposentado Elmar Avilino.

Frequentador há mais de 50 anos do Porto Barra, o empresário Ernesto de Jesus se diz surpreso com a limitação. "Me surpreendi com essa modificação. Fazer essa limitação logo no verão?", questionou. "O jeito agora é esperar alguém levantar para sentar", completou.

De acordo com a secretaria responsável, os agentes da pasta percorreram as regiões em busca de equipamentos irregulares que desorganizam a faixa de areia e oferecem risco aos frequentadores, tais como objetos cortantes, entre eles, cascos de cerveja e facões.

Ainda conforme a Semop, o ambulante que quiser retirar o material que foi recolhido, terá que pagar multa, que varia de acordo com o tipo, quantidade do material apreendido e tempo de armazenamento. O valor mínimo para o resgate é R$ 138. A operação também será realizada em outros pontos da cidade durante a semana.

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