Salvador

Professores de Salvador ameaçam entrar em greve se aulas presenciais forem mantidas, diz APLB-BA

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A categoria pede que as aulas retornem após todos os professores receberem a segunda dose da vacina contra a Covid-19  |   Bnews - Divulgação Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 29/04/2021, às 14h46   Redação BNews


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Os professores da rede municipal de Salvador, que deveriam retomar os trabalhos presenciais na próxima segunda-feira (3), devem manter as aulas em formato online até quarta (5). Isso é o que garante o presidente da APLB-BA, Rui Oliveira. 

Em entrevista ao Balanço Geral, na tarde desta quinta-feira (29), ele afirmou que a categoria poderá entrar em greve por tempo indeterminado caso a prefeitura não revogue o “decreto da morte” que determina o retorno das aulas presenciais. O sindicalista defende que as aulas presenciais só poderão retornar após todos os professores receberem a segunda dose da vacina contra a Covid-19.

“É lamentável que tenhamos uma ação intempestiva dessa em Salvador e Mata de São João. Serão que os outros 415 municípios baianos não têm compromisso com a educação? Nossa posição é defender a vida. O que está sendo feito com a nossa categoria é uma irresponsabilidade. Se morrer mais um professor, vamos botar o caixão na porta da prefeitura no outro dia para fazer um enterro simbólico”, ameaçou Rui.

O coordenador-geral do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (Sinpro), Allysson mustafá, disse no Balanço Geral que uma assembleia online realizada com 500 trabalhadores que atuam em instituições privadas definiu que a categoria não irá retomar as aulas presencias na segunda-feira. 

Mustafá acusa a prefeitura de Salvador de ceder à pressão das escolas particulares e decidir pela volta às aulas presenciais na cidade. “São poucas as escolas privadas que têm o mínimo de preparação. Há instituições que funcionam em dois, três cômodos de casas de família. Numa pandemia com o nível de contágio que está aí, como colocaremos trabalhadores nessa situação? Não podemos nos acostumar com a ideia de que outras pessoas morreram, não podemos assumir esse risco”, destacou o coordenador-geral.

Ele citou que a maior parte dos professores que atuam em escolas particulares ganham, como base, R$ 7,80 por hora-aula e trabalham de forma precarizada, sem receber pelas horas extras e recursos utilizados no dia a dia.

“A maioria das escolas privadas não vai ter condições de cumprir os protocolos sanitários de prevenção ao coronavírus e a prefeitura não terá como garantir a fiscalização em todas os lugares. O correto é imunizar todos os professores e só depois retomar as aulas presenciais”, reforçou Mustafá.

Resposta da prefeitura

O secretário da Educação de Salvador, Marcelo Oliveira, alega que a volta às aulas presenciais é possível de forma segura, pois haverá a redução no número de alunos nas salas e houve intervenções nas escolas para se ajustar à nova realidade.

“Será uma situação de absoluto controle nas escolas, ordeira, diferente de como estão as crianças nas ruas, em suas casas, se glomerando com vizinhos, passantes. Por que temos que sacrificar ainda mais o futuro das crianças nas escolas se a esmagadora maioria dos professores foi vacinada?”, questionou o secretário.

Oliveira pediu que, na segunda-feira, os familiares levem os estudantes para as escolas, pois eles estarão em um “ambiente seguro e terão direito à merenda”, e os professores compareçam ao trabalho.

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