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Greve: entenda as reivindicações e o que culminou na paralisação

Imagem Greve: entenda as reivindicações e o que culminou na paralisação
Sindicato recuou e aderiu ao movimento de paralisação dos dissidentes  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 28/05/2014, às 06h16   Caroline Gois e Lucas Franco (twitter:@bocaonews)


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Agora é oficial. A greve dos rodoviários de Salvador foi decretada, no fim da manhã desta terça (27), após o sindicato recuar e aderir ao movimento dos dissentes que iniciaram paralisações por toda a capital baiana. Na tarde de segunda-feira (26), o sindicato havia descartado a greve após acatar à proposta do sindicato patronal que condeceu 9 % aumento no salário, 9% no ticket refeição e a extinção da hora fracionada de descanso, além da redução da carga horária para 7 horas.
Entretanto, após a divulgação por parte do sindicato de que não haveria greve - até então programada para meia noite de hoje - alguns motoristas reivindicaram contra a decisão do sindicato e pararam ônibus em diversos pontos da cidade. Na Avenida Sete Portas, o caos foi instalado. Por ser a região onde fica a sede do Sinergia, onde os rodoviários realizam as assembleias, muitos coletivos foram deixados na pista. Alguns foram depredados e tiveram os pneus furados. O congestionamento e o sofriemento de quem precisava do transporte público se espalhou pelos quatro cantos da cidade. Estação da Lapa, Mussurunga e Pirajá foram fechadas.


Os pontos estavam lotados e relatos de passageiros apontam uma espera de mais de três para conseguirem voltar para casa. Para muitos, o recurso foi andar e muito, para enfrentar os transtornos da paralisaçao.
Por conta dos protestos, uma reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) foi realizada na manhã de hoje para buscar uma conciliação entre os envolvidos - empresas e sindicatos. Ontem, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Salvador (Setps) ingressou com dissídio coletivo -- quando as partes entram em impasse e passa a ser decidido juridicamente -- na Justiça do Trabalho em função da ameaça de greve dos rodoviários. Entretanto, nada de acordo. Não houve conciliação entre as partes e o foi antecipado para esta quinta-feira (29), às 10h. Após reunião na manhã desta terça (27), o prefeito de Salvador, ACM Neto, anunciou que pediria a antecipação do julgamento, inicialmente marcado para sexta (30). Segundo a assessoria de comunicação do TRT, a mudança de data ocorreu em função da urgência em se deliberar sobre o assunto, já que toda a população soteropolitana é afetada pela ausência de transporte público desde a noite desta segunda (26).
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que uma frota mínima com 70% dos ônibus circule por Salvador nos horários de picos a partir da terça-feira (27). Caso a decisão não seja cumprida, o sindicato da categoria deverá pagar multa diária de R$ 100 mil. Em nota, o TRT informa que " embora o presidente do TRT5, desembargador Valtércio Ronaldo de Oliveira, tenha feito sugestões em reuniões separadas com patrões e empregados. O Sindicato das empresas alegou que não poderia avançar além da proposta de reajuste de 9% já acordada com o sindicato dos trabalhadores. O TRT5 tentou avançar com um auxilio-alimentação no patamar de R$14, mas os rodoviários também não concordaram, reivindicando R$ 17.
Por enquanto, está valendo a liminar concedida pela desembargadora Débora Machado, que determinou que deverão estar nas ruas pelo menos 70% dos ônibus em horários de pico (das 4h30min às 8h30min e das 17horas às 20 horas), e 50% nos demais horários.
Após não haver acordo, o prefeito ACM Neto (DEM) fez um apelo aos rodoviários e afirmou que "nosso objetivo é garantir que os rodoviários voltem às garagems e sumpram seu ofício". 
Por volta das 12h, a greve foi oficalmente decretada. Para muitos roroviários, o presidente do sindicato, Hélio Ferreira, é considerado um traidor, já que não teria compartilhado a decisão sobre acatar ou não à proposta do sindicato. Para o motorista Antônio Máximo, que há 15 anos trabalha como rodoviário e atualmente está na empresa Praia Grande, o problema não seria a presidência do sindicato. "Confiar em Hélio [presidente do sindicato] nós confiamos. O problema é que ele é manipulado por Jota Carlos, que é presidente do conselho e manipula todos os problemas dos rodoviários". Máximo aproveitou a oportunidade para mandar um recado para o prefeito. "Rapaz, olhe, se o prefeito for uma pessoa inteligente, o que eu acho que é, ele tem que tomar a rédea disso aqui. Porque um rodoviário que tem um aumento em cima do tíquete de alimentação de R$ 1,08 é uma vergonha, eqüivale a dois minorados (salgadinho)", reforçou.


Grupo para gerenciar a greve

Em reunião entre o prefeito ACM Neto (DEM), os secretários de Segurança Pública do Estado, Maurício Barbosa, o de Transportes de Salvador, Fábio Mota, o superintendente da Transalvador, Fabrízio Muller, e representantes do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros (Setps) ficou definida a criação de um grupo no aplicativo WhatsApp para gerenciar a greve de ônibus em Salvador. Os rodoviários não participaram da discussão. O grupo de trabalho deve se reunir no Palácio Thomé de Souza às 9h e virtualmente às 17h e 19h, durante os dias em que a paralisação vigorar.

Veja abaixo o que os rodoviários reivindicam:




Publicada no dia 27 de maio de 2014, às 12h54

Classificação Indicativa: Livre

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