Religião

Religiosos apresentam pontos vista diversos sobre o conceito da morte

Agência Brasil
O BNews conversou com algumas autoridades de diversos matizes religiosos  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 02/11/2019, às 08h55   Victor Pinto



A única certeza da vida é a morte. O feriado de dia de Finados, dia 2 de novembro, nos remete ao conceito do fim de vida, biológica e espiritualmente.

No dicionário Michaelis, do ponto de vista secular, é a cessação definitiva da vida para o ser humano; falecimento, passamento, trespasse. O mesmo dicionário conceitua de modo religioso a morte como a passagem da alma, que estava ligada ao corpo material, para o plano espiritual.

O BNews conversou com algumas autoridades de diversos matizes religiosos e os questionou: qual o seu conceito sobre o falecimento?

José Medrado, líder espírita
“A morte é sempre uma fratura nas relações humanas. Nós espíritas, no entanto, sabemos que ela é apenas uma passagem entre duas expressões do existir do espírito – o mundo físico e o mundo espiritual. Assim, choramos com esta partida, vivemos, devemos, o nosso luto, mas na perspectiva da saudade que virá e ficará para sempre, não da revolta, da não aceitação do que não pode ser reversível, no aspecto físico da despedida”.

José Medrado

Bispo Átila Brandão, ministério Batista Internacional Caminho das Árvores
"Do ponto de vista da constituição do Governo de Deus, o Manual do Fabricante, a Bíblia Sagrada, a morte é o resultado da desobediência do Homem ao Comando de Deus, ou seja, o ânimo humano de não confiar na Palavra de Deus. E esse ato de desobediência culminou no cumprimento da Promessa do Eterno quando disse ao Homem: “Se me desobedeceres, certamente morrerás”. Logo, a morte é uma realidade inevitável. Como assevera o filósofo: “todo recém-nascido é um condenado a morte”.

Sabe-se que há pessoas que desfrutam de longevidade, chegam a viver 120 anos, como aponta do Guinness World Records, mas, apesar de mais de um século de existência, um dia elas terão que encontrar a morte. Mas, o que é mais importante para nós, é que a morte não é o fim da nossa jornada, pois existe vida além da morte; vida de felicidade eterna, quando se tem Senhor e Salvador pessoal o Deus Filho, Jesus Cristo de Nazaré, ou vida de tristeza e provações eternas, quando se opta pelo inimigo das nossas almas. A morte não nos causa arrepios, nem temor, porque o nosso Deus, é o nosso Deus para todo o sempre; Ele é o nosso guia além da morte. (Salmos 48:14)".

Átila BrandãoDom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil
"Quem resumiu muito bem a ideia que a Igreja Católica tem sobre a morte foi Santa Teresinha do Menino Jesus que, ao final de sua vida, disse: "Não morro: entro na vida". A morte de um cristão está unida à morte de Cristo que, longe de representar uma perda ou um fracasso, foi o passo necessário para a sua ressurreição. Jesus havia afirmado que é preciso que a semente morra para produzir frutos. Por isso é que, normalmente, a Igreja não celebra o dia de aniversário de seus santos, mas o de sua morte, isto é, de sua entrada na visão da Santíssima Trindade. A participação na vida da Santíssima Trindade não é por um tempo limitado, mas para sempre, eternamente".

Dom Murilo (Foto: Vagner Santos/BNews)Balbino Daniel de Paula, Alagbá, culto de Baba Egun
"A morte é uma mera passagem de uma existência para outra. Não existe a morte propriamente dita. Há um deslocamento de nível de existência. Um renascer para uma nova vida. A gente preserva o princípio da existência coletiva como base fundamental. Nós temos sacerdotes, pessoas evoluídas, que após a passagem retornam à comunidade de outra forma para serem conselheiros e mentores. Não temos temor da morte".

Balbino Daniel de Paula (Foto: Jornal A Tarde)

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