Religião

Saiba qual a relação do hino do Senhor do Bonfim com a Independência da Bahia

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Por conta da pandemia, baianos e turistas tem sido orientados a prestar homenagens ao santo em casa   |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 14/01/2021, às 05h40   Aline Reis


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Popular entre os festejos da Bahia e segunda maior festa de rua do Estado, a Lavagem do Senhor do Bonfim acontece nesta quinta-feira (14) com uma programação completamente diferente. Por conta da pandemia, baianos e turistas tem sido orientados a prestar homenagens ao santo em casa. 

Para evitar aglomerações, a imagem sairá às ruas de Salvador em carro aberto, às 8h, da Igreja de Nossa Senhora da Vitória (Vitória). No percurso, o cortejo que será restrito apenas ao carro que conduzirá a imagem (não haverá carreata), serão contemplados os seguintes lugares: Avenida 7 de Setembro, Terreiro de Jesus, Avenida Carlos Gomes, Campo Grande, Forte de São Pedro, Avenida Contorno, Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia. A partir desse ponto, o cortejo seguirá percurso tradicional da Lavagem até a Basílica Santuário do Senhor do Bonfim. 

A festa é mundialmente conhecida por unir fé, tradição e religiosidade. E por falar em religião, poucos serão aqueles que saberão acompanhar os versos: “À sombra do teu madeiro/ sob um céu primaveril/ nasce o povo brasileiro/ cresce pujante o Brasil/ De um dia sermos vencidos/ Não nos assalta o temor/ Ao teu lado sempre unidos/ Somos teu povo, ô, senhor”. 

Este é um pequeno trecho do hino oficial ao Senhor do Bonfim. Há até quem saiba a origem da música de autoria de Péthion de Villar e musicado pelo maestro e compositor Remígio Domenech, em 1923, a pedido de um membro da Irmandade do Senhor do Bonfim.

Mas somente ao ouvir a melodia inicial da composição de Arthur de Salles e João Antônio Wanderley, que já foi interpretada por Caetano Veloso, Armandinho, Ivete Sangalo e tantos outros artistas, fazem os fiéis cantarem de forma automática no meio da rua “Glória a Ti nesse dia de glória/ glória a Ti, redentor, que há cem anos/ nossos pais conduzistes à vitória pelos mares e campos baianos...”. 

Esse poema que virou o cântico mais conhecido foi, na verdade, o hino cívico criado durante as comemorações do centenário da Independência da Bahia a pedido do então prefeito da cidade, Dr. Manuel Duarte de Oliveira. O hino não oficial ao Senhor do Bonfim foi imortalizado por Caetano Veloso em 1968 – no disco “Tropicália ou Panis et Circensis”.

Historiadores relatam que o hino se tornou mais popular que o religioso por fazer referência direta à vitória do povo na luta pela Independência do Brasil na Bahia e passou a ser entoada em diversas comemorações realizados no Estado. 

Por muito tempo, a composição mais conhecida para o Senhor do Bonfim foi oficialmente o hino do estado, até em que 20 de abril de 2010, o governador em exercício Jaques Wagner sancionou a lei estadual n.11.901, publicado no Diário Oficial do Estado de 21 de abril do mesmo ano, o ‘Hino ao Dois de Julho’, que faz alusão ao 2 de julho de 1823 – data maior do estado, quando após as lutas que perduraram desde o ano de 1821, libertou-se do jugo português, o tornando o canto oficial da Bahia. A letra por Ladislau dos Santos Titara e música de José dos Santos Barreto.

Ouça o hino na versão da Tropicália e a mais popular:

Classificação Indicativa: Livre

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