Roseli Ferreira da Silva Flick, 31, e a filha Larissa Flick, 9, morreram em um acidente na BR-116, Feira de Santana, na tarde desta quinta-feira (12). As duas estavam em uma moto a caminho da escola da garota, quando foram atingidas por uma carreta. Com o impacto, as duas foram arrastadas por cerca de 30 metros e não resistiram.
De acordo com o posto policial de Feira de Santana, o motorista da carreta, Emerson Alher, que vinha no sentido Centro-Uefs (Universidade Estadual de Feira de Santana), disse que a moto cruzou a pista e ele não teve como desviar. Testemunhas afirmam que ele vinha em alta velocidade e não esperou a motociclista fazer a manobra. Ele foi conduzido para a 2ª Delegacia de Feira de Santana.
Dois dias antes (terça-feira 10), morreu no Hospital Geral do Estado (HGE), o garoto Jonatas Guilherme Frederick de Souza, de apenas 8 anos, vítima de acidente ocorrido por volta das 7h, na Avenida Paralela. Ele viajava em uma moto com o pai, José Guilherme de Souza Júnior, que teve fratura na perna e também foi encaminhado ao HGE, onde permanece internado. De acordo com o jornal Correio, ele ainda não teria sido informado da morte do filho.
Estes dois casos ilustram bem o que pode ser chamado de irresponsabilidade e imprudência por parte dos pais. A ação de transportar menores em motos tem resultado acidentes fatais. As vítimas sempre são as crianças.
O próprio Código Brasileiro de Trânsito (CBT) - Art. 244, V - incita o motociclista a levar na garupa crianças ao estipular que menores, a partir dos 7 anos, sejam conduzidas. No texto do CBT, o artigo se contradiz ao informar que “criança menor de sete anos ou que não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança”, podem ser transportadas.
A pergunta que fica é: Que criança tem condição de cuidar de sua própria segurança? Ainda mais se tratando de motocicleta. Outro fato curioso é que para o código a idade mínima para uma criança ser transportada no banco da frente é de 10 anos. “Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN”.
Estatísticas – O número de mortes envolvendo motociclistas em Salvador aumentou 350% de 2001 a 2010, enquanto o número de acidentes cresceu 302% no mesmo período. De acordo com estatísticas da Superintendência de Trânsito e Transporte (Transalvador), em 2001 ocorreram 1.948 acidentes e 26 óbitos, enquanto que em 2010 foram registrados 5.887 acidentes e 91 mortes. Apenas nos três primeiros meses deste ano, o órgão contabilizou 1.309 acidentes com 10 mortes.
As estatísticas em Salvador acompanham o resultado do Mapa da Violência 2011, pesquisa elaborada pelo Instituto Sangari (ONG que desenvolve metodologias e materiais educacionais de ciências) e divulgado em fevereiro deste ano. No caderno complementar Acidentes de Trânsito, o estudo mostra que, de 1998 a 2008, o número de mortes de motociclistas no Brasil cresceu 754%, pulando de 1.894 para 11.471.
