Salvador

Síndico nega "privatização" de área e diz que teve aval dos vizinhos

Publicado em 28/06/2017, às 15h20   Shizue Miyazono



Após ser denunciado por um vizinho de "privatizar" uma área comum de um prédio no Conjunto Saboeiro, em Salvador, o síndico e morador do térreo negou as acusações e afirmou que teve o aval dos moradores para fazer a construção. Esdras Sampaio afirmou que fechou uma parte da área com um muro e colocou um portão por causa de um cachorro que tinha no prédio, que era do concunhado, que mordeu uma das moradoras do edifício. De acordo com o homem, o animal ficava na parte da frente e acabava fazendo a segurança do local, mas após o incidente, resolveu colocar o cachorro na parte de trás e pediu a todos os moradores permissão para fazer o muro.

“Pedi o consentimento de todos para fazer a casa (do animal) e fechar para soltar o cachorro", afirmou.

O síndico negou que tenha murado o local com o intuído de fazer uma área gourmet, como foi acusado por Marcos de Oliveira que, ao denunciar o caso ao BNews, informou que era morador do terceiro andar do prédio. Além disso, Sampaio informou que a construção foi feita há mais de um ano, desmentindo a versão do denunciante que afirmou que o muro foi levantado há um mês.

Tânia Lúcia dos Reis, uma das moradoras, confirmou a versão do síndico e disse que foi consultada e concordou com a construção do muro, pois "seria melhor para todos os moradores do prédio". Janaína Souza, que também vive no bloco 31, confirmou a versão do síndico e da vizinha, assim como Alessandro Alves que afirmou que foi feito uma reunião, a área medida e aprovada a construção da obra.

Além de negarem que Sampaio teria "privatizado" a área em comum do prédio, os moradores, assim como o síndico, afirmaram que o denunciante não é morador do prédio há 15 anos.

Já Oliveira afirmou que é morador do prédio e disse que trabalha em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador. Ele contou que sai de madrugada e só volta à noite, mas os moradores afirmaram que apenas dois irmãos de Oliveira e uma cunhada moram no apartamento, que pertence ao pai do denunciante e aos quatro filhos. O síndico afirmou, ainda, que o pai de Oliveira foi um dos moradores que consentiu com a construção do muro.

"Todos deram o consentimento, todos autorizaram, inclusive o pai (de Marcos Oliveira), que hoje reside em Cajazeiras", contou.

À reportagem do BNews, Sampaio negou também a informação de Oliveira de que os condôminos não teriam acesso ao local murado. O denunciante contou que por quatro vezes as roupas de suas filhas caíram do varal no local e precisou pedir para o síndico pegar, contando que, em um das vezes, Sampaio tinha viajado e precisou colocar uma escada e pular para ter acesso ao local. O síndico disse que isso nunca aconteceu, até por que Oliveira não mora do prédio. Além disso, Sampaio afirmou que os moradores têm a chave do portão. "Os vizinhos têm a chave e podem circular pela área, apenas quem não tem conhecimento com o cachorro não entra".

Sampaio afirmou que sempre tentou melhorar as condições de moradia do local e, muitas vezes, tirou dinheiro do próprio bolso para arrumar a área comum do prédio. Ele afirmou que, com ajuda de alguns vizinhos, pintou, concretou, fez um jardim, colocou iluminação e tenta, de todas as formas, melhorar o ambiente.

O denunciante informou que procurou a Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) no dia 13 de junho e formalizou a reclamação que, segundo ele, não tinha alvará e era irregular. Procurada pela reportagem, a Sedur afirmou que vai ao local fiscalizar a construção.

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