Salvador

Inquérito aponta três culpados por acidente com a lancha Cavalo Marinho I

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Marinha realizou 48 interrogatórios durante os cinco meses de investigação  |   Bnews - Divulgação Gilberto Júnior/BNews

Publicado em 23/01/2018, às 09h53   Vinícius Ribeiro


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As causas para o acidente envolvendo a lancha Cavalo Marinho I, ocorrido no dia 24 de outubro de 2017, estão relacionadas com o não cumprimento de critérios de estabilidade exigidos para navegação na área em que operava. A Capitania dos Portos também apontou como responsáveis pelo acidente: o engenheiro e o proprietário da embarcação por negligência e o comandante por imprudência.

A constatação está no inquérito apresentado nesta terça-feira (23) pela Marinha do Brasil. Segundo o relatório, o estudo de estabilidade apresentado à Capitania dos Portos pelo engenheiro responsável pelos planos da embarcação informava o contrário do detectado pela perícia.

O inquérito da Marinha tem quase 1.200 páginas e será encaminhado para o tribunal marítimo. Conforme apontou o vice-almirante Almir Garnier Santos, o resultado apresentado após cinco meses da tragédia seguiu a "agilidade e o rigor" que o complexo caso carecia. Ao todo 48 interrogatórios foram realizados.

Além de apontar as responsabilidades, a Marinha ressaltou que o lastro da embarcação era formado por pedras. Com o balanço da lancha, as pedras (colocadas após inspeção), que pesavam cerca de 400 quilos, correram para um lado, somando-se ao peso dos passageiros, ocasionando o naufrágio.

"A Marinha se dedica com afinco para fiscalizar o cumprimento das normas de segurança, mas ninguém está em melhores condições de evitar acidentes náuticos do que os condutores e proprietários das embarcações, pois a fiscalização nunca será onipresente, por maior que seja o esforço da Marinha ou de qualquer órgão. Os responsáveis direitos pela segurança da navegação são os próprios navegadores e armadores, que devem cumprir rigorosamente as normas da autoridade marítima", diz um trecho do relatório da Marinha.

A Capitania dos Portos também frisou que o inquérito não tem relação com a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba).

No naufrágio ocorrido durante a travessia Mar Grande - Salvador, 19 pessoas morreram na Baía de Todos os Santos.

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