Salvador

Óleo deixa pescadores e marisqueiras do Subúrbio de Salvador apreensivos

Divulgação
Os trabalhadores não estão conseguindo comercializar os produtos por causa da rejeição da população   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 03/12/2019, às 11h03   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

O prejuízo do derramamento de óleo nas praias da Bahia e de várias regiões do Nordeste está longe de ter um fim. Em Plataforma, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, pescadores e marisqueiras que vivem da venda do pescado - tendo a atividade como principal meio de sustento da família -, não estão conseguindo comercializar os produtos por causa da rejeição da população e as incertezas sobre a veracidade de contaminação pelo óleo. 

Há pelo menos três meses, desde que o litoral nordestino foi afetado por manchas de petróleo, as famílias vêm amargando sérios prejuízos financeiros. “ O povo não compra, não tem comércio, não tem lucro e as despesas estão atrasadas, como a escola dos meus filhos”, lamenta Jean Cristian Guimarães. “A gente sai para pescar e depois tenta vender no bairro. E o povo diz que a mercadoria está cheia de óleo. Tento explicar que nossa área não foi atingida diretamente, mas indiretamente foi”, diz Isadilson Pereira. 

Apesar de não identificarem a mancha de óleo em Plataforma, pelo menos dois mil pescadores e marisqueiras (cadastrados pela Bahia Pesca) têm seus produtos rejeitados pelos consumidores e vivem na incerteza de que forma vão cobrir suas despesas mensais. A Associação de Pescadores e Marisqueiras de Plataforma (Apress) tem reunido seus associados, cerca de 860 trabalhadores, que se mostram apreensivos com a retração do mercado e a falta de perspectiva de renda.

De acordo com a presidente da Apress, Rosa Virgínia Medeiros, a entidade vem procurando solução para suprir as necessidades financeiras da categoria. Uma das alternativas, seria a liberação do Seguro – Defeso do pescador artesanal, benefício previdenciário concedido pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) para situações emergenciais, que corresponde ao valor de um salário mínimo (R$998). 

“Os pescadores e marisqueiras estão desesperados porque a dificuldade é diária de suas famílias. Eles vivem tradicionalmente do pescado. Alguns já estão recorrendo a agiotas, outros estão sendo obrigados a fechar as bancas porque não têm dinheiro para movimentar”, desabafa. Rosa explica que há uma falta de informação e apoio dos órgãos públicos à categoria: “Nos sentimos desprotegidos, sem saber o que vai acontecer amanhã”. 

Seguro Defeso 

Com base no decreto 10.080, o governo federal anunciou a liberação de uma verba de R$ 998 para o pagamento do benefício aos trabalhadores das águas marinhas. Mas, segundo Rosa, a associação não foi procurada por nenhum representante do governo federal, assim como os governos estadual e municipal. 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp