Salvador

“Já vamos pensar em demissão”, disse dono de bar do Rio Vermelho após nova restrição de funcionamento

Vagner Souza/BNews
Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 08/12/2020, às 18h55   Yasmim Barreto


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Com um cenário de 79% dos leitos de UTI para tratamento de pacientes infectados com coronavírus ocupados em Salvador e cada vez mais aglomerações em diversos pontos da cidade, o prefeito ACM Neto anunciou uma série de medidas para tentar conter a disseminação da doença. Uma delas foi a proibição do funcionamento de bares e restaurantes, nos bairros do Rio Vermelho e Itapuã, a partir das 17h, de sexta-feira à domingo, por no mínimo 15 dias.  
Ao BNews, os gerentes e donos dos estabelecimentos da região destacaram que a medida vai mexer com a economia e contribuir para o desemprego de boa parte do quadro de funcionários. 

“Primeiramente que já vamos pensar em demissão. Pais e mães de família que precisam do trabalho vão ser atingidos pelo fato de alguns jovens irresponsáveis, que estão aglomerando na outra praça. Vai precisar demitir, vamos ter impostos acumulados, conta de água, luz, temos 12 freezers funcionando e fora o lazer das pessoas que vai ser tirado”, afirmou Ricardo Nunes, gerente e filho do proprietário do boteco Cabral 500. 

Ainda conforme Ricardo, a redução no horário de funcionamento é ineficaz, pois, segundo ele, a aglomeração ocorre no entorno dos estabelecimentos através dos vendedores ambulantes. “Bota Guarda Municipal, Polícia Militar, nos pontos onde as pessoas estão aglomerando, porque se veem a Guarda e a PM não vão aglomerar”, completou. 

À reportagem, clientes que estavam consumindo nos estabelecimentos, como Wilson Kaiser, partilham de um mesmo posicionamento: a medida só deve prejudicar os comerciantes e funcionários. “As pessoas que têm que mudar o comportamento. Vale mais uma fiscalização da prefeitura para combater esses casos de paredões ou o quer que seja do que fechar o bar ou restaurante”, disse Wilson. 

Além disso, os proprietários dos estabelecimentos mostraram insatisfação em relação ao horário estabelecido, já que é a partir das 17h que os bares e restaurantes começam a ganhar movimento com a chegada dos clientes.

Para Claudilson Oliveira, gerente do Boteco Mais Amado, no largo da Mariquita, a nova restrição de funcionamento vai causar um grande mpacto financeiro tanto para os proprietários, quanto para os funcionários. Outro comerciante do local, que preferiu não se identificar, relatou que presenciou funcionários em desespero com a decisão da prefeitura.

Contudo, a classe atingida pela medida informou que o Largo de Santana, conhecido como Largo de Dinha, será cenário de manifestações às 17h, nesta quarta-feira (9), para tentar reverter ou flexibilizar o decreto.  

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