Salvador

Vereadora critica queda de barracas após inauguração na Av. Joana Angélica: “projeto de má qualidade”

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Segundo a líder do PT na Câmara, as queixas dos ambulantes tem sido recorrentes em relação a atuação da prefeitura com a categoria   |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 23/12/2020, às 14h04   Redação BNews


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A vereadora Marta Rodrigues, líder do PT na Câmara de Salvador, criticou nesta quarta-feira (23), a qualidade dos equipamentos entregues aos ambulantes após reforma feita pela prefeitura na Avenida Joana Angélica, Centro da capital baiana. A requalificação foi entregue na manhã da última terça-feira (22).

De acordo com a vereadora, logo depois um dos equipamentos entregues aos ambulantes desabou, evidenciando a má qualidade do projeto. “Mais uma obra de maquiagem da prefeitura para melhorar a paisagem, a estética, mas não os reais problemas e a qualidade da infraestrutura.  A gestão gastou R$ 1,5 milhão e o equipamento dos ambulantes sequer tem qualidade suficiente para sustentar o peso dos produtos. Eles estão improvisando com caixas embaixo das barracas pra aguentar”, disse.

Segundo Rodrigues, os trabalhadores alegam não haver debate com os sindicatos. “Além da falta de participação nas decisões da prefeitura acerca da categoria, as queixas se estendem também para a falta de proteção dos trabalhadores. A organização que a prefeitura tenta fazer é autoritária, pois não tem escuta. Os ambulantes da Avenida Sete, por exemplo, ficam de costas para a pista e não tem proteção”, destacou.

“São 1,5 milhão que foram investidos num projeto de má qualidade, o que está evidente. Só olhar para o material dos ambulantes, que não sustentam o peso dos produtos”, disse a petista.

Barracas frágeis

O BNews esteve no local na tarde de ontem e conversou com ambulantes insatisfeitos com a qualidade dos materiais. Segundo os trabalhadores, a estrutura é extremamente frágil, incapaz de aguentar até produtos leves, como temperos e verduras. Só nesta inauguração, ao menos quatro barracas já desabaram.

"Isso aqui só melhorou para a prefeitura, pois está mais arrumado e organizado para quem passa achar bonito. Só que nós, ambulantes, não estamos conseguindo trabalhar direito. Essa barraca que eu tô agora, por exemplo, é a minha segunda, pois a primeira desabou. Estamos tendo que colocar uma caixa embaixo para ver se segura, pois qualquer coisa que a gente bote cai. Essa obra aqui é só maquiagem para deixar o prefeito bem na fita", dispara o ambulante Alan Carvalho.

Além da estrutura precária, os trabalhadores reclamam da forma como foram distribuídas as barracas. Ambulantes que atuam no local há anos ficaram desassistidos, e alguns foram remanejados para outros pontos da avenida.
"Eu trabalho aqui há oito anos e não recebi a minha barraca. Eu fiz todo o processo: tirei foto, me inscrevi, mas quando cheguei aqui hoje vi que não tinha sido selecionado", conta Carlos Alberto, que trabalha há oito anos no local.

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