Salvador

Barra: hotel abandonado vira foco de proliferação de roedores e pernilongos

Joá Souza
Pombos e baratas também tiram o sossego dos moradores da região próxima ao antigo hotel, que também tem servido como ponto para uso de drogas e banheiro  |   Bnews - Divulgação Joá Souza

Publicado em 11/02/2022, às 19h10   Letícia Rastelly


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Baratas voadoras, ratos gigantes, mosquitos e muitos pombos. Essa descrição te lembra algum lugar de Salvador? Provavelmente você não pensou na Barra, mas sim, isso é o que os moradores da região próxima ao Cristo têm passado nos últimos anos por causa do abandono de vários estabelecimentos, mas, em especial, ao prédio que já foi sede do San Marino Hotel.

Com duas alas, sete andares e piscina na cobertura, o imóvel deixou de abrigar hóspedes em 2014 e, em 2019, foi a leilão pelo Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT5), por causa de dívidas trabalhistas. Na ocasião, uma pessoa arrematou o espaço, mas nada fez com ele desde então, deixando sob responsabilidade de um casal que tem evitado que invasões ocorram, mas, sem recursos, nada podem fazer para resolver as mazelas que o tempo provoca.

Com duas alas, sete andares e piscina na cobertura, o imóvel deixou de abrigar hóspedes em 2014
Foto: Joá Souza/ Com duas alas, o imóvel deixou de abrigar hóspedes em 2014

Andréa Sacramento, 46, nasceu e cresceu no prédio ao lado e afirma nunca ter vivido tempos tão difíceis, por causa das pragas que entram em sua residência. “Já perdi as contas de quantos ratos gigantescos eu já matei. Aqui a gente tem que andar com aqueles incensos inseticidas o tempo todo”. Além dos roedores e pernilongos, a entrada para o subsolo do antigo hotel, que servia como garagem, tem sido utilizada para uso de substâncias ilícitas e banheiro.

“Mesmo estando no alto eu sinto o mau cheiro por causa dessa área, pois o pessoal que está responsável não consegue controlar tudo que acontece”, contou uma moradora que não quis se identificar, ao se referir ao subsolo do prédio. Ela também se queixa dos pombos: “eles transmitem muitas doenças e por isso eu acabo fechando as janelas e portas”, detalhou a moradora.

Foto: Joá Souza/ Morador mostra estado que antigo hotel se encontra
Foto: Joá Souza/ Morador mostra estado que antigo hotel se encontra

Para Antônio Fontes, 56, além de todos os problemas que os seus vizinhos relataram, ainda existem as baratas: “Tem coisa pior que você vir pra varanda e do nada aparecer uma barata enorme, voando? Eu nem consigo dedetizar, porque elas entram voando aqui”. Ele diz se arrepender de ter comprado o imóvel, há cinco anos, e reclama da possível desvalorização, visto que a cada dia aparecem mais imóveis vazios. “Vai ficar igual a cidade baixa, ali no Comércio? Cheio de casarão abandonado? Se as autoridades não tomarem providência, a Barra vai afundar”, relata o morador.

Procurada, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou ao BNews que equipes do Centro de Controle de Zoonoses monitoram a situação e realizam periodicamente inspeções no prédio do antigo San Marino Hotel, para evitar a proliferação de vetores como o mosquito Aedes e roedores. “Durante as inspeções, os agentes de combates às endemias fazem a identificação e eliminação dos focos do Aedes, bem como aplicam o tratamento químico para o controle de roedores no local”, detalhou a nota da Secretaria.

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