Salvador

Briga por comida na Ufba termina com estudantes na delegacia após insultos racistas e transfóbicos

Reprodução/Correio
Uma das estudantes envolvidas na briga teria diito que bolsistas se 'alimentam de migalhas' e que 'preto só está na universidade para vender maconha'  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Correio

Publicado em 20/11/2024, às 00h18 - Atualizado às 06h21   Cadastrada por Letícia Rastelly



O Pavilhão de Aulas do Canela (PAC), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), foi palco de uma briga por comida que terminou com xingamentos racistas e transfóbicos entre os estudantes, na tarde desta terça-feira (19).

"No RU [Restaurante Universitário], há uma separação entre fichas de bolsistas e não bolsistas. Quando as fichas dos não bolsistas acabaram, essa estudante passou a proferir injúrias raciais. Ela afirmou que os bolsistas se 'alimentam de migalhas' e que 'preto só está na universidade para vender maconha'", contou Maria Costa, vice-secretária de Organização do Diretório Central dos Estudantes (DCE-Ufba) ao site Correio*, explicando como a briga teve início.

Ainda de acordo com a discente, a estudante de fonoaudiologia que teria dado início a briga, se dirigiu a um aluno negro e disse que ele "deveria voltar para o navio negreiro para receber chicotadas" e "agradecer" aos colonizadores por trazerem os negros ao Brasil. Em seguida, a confusão ganhou mais um personagem; uma estudante transexual foi chamada de "marginal de saia". Maria afirma que as vítimas registraram o crime junto à Polícia Civil.

Em nota, a Universidade ressaltou o seu compromisso com a inclusão e afirmou que agentes da instituição controlaram a situação: “Os administradores do PAC e o vigilante presente interferiram para conter os ânimos e tomar as providências necessárias, que incluíram o encaminhamento dos envolvidos às autoridades policiais competentes".

“A Ufba é uma instituição de ensino público superior reconhecidamente inclusiva, diversa e predominantemente negra, jovem e feminina. Assim, manifestações de intolerância, racismo ou violência física agridem igualmente aos envolvidos e à instituição, ao próprio espírito da universidade, devendo os fatos ser rigorosamente apurados e, uma vez devidamente comprovados, punidos conforme as leis do país e os regulamentos da Universidade Federal da Bahia", diz a nota.

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