Salvador

Professor da UFBa rechaça acusações e fala em interesses de “assassinar reputações”; entenda

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O professor da Escola de Teatro da Ufba, Paulo Dourado, disse que processará alunos que o acusam de assédio moral e sexual  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais
Davi Lemos

por Davi Lemos

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Publicado em 21/04/2024, às 16h38


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O professor da Escola de Teatro da Ufba, Paulo Dourado, em conversa com o BNEWS na tarde deste domingo (21), relatou que as acusações contra ele por assédio sexual e moral, que geraram protesto de alunos na quinta-feira (18), configuram ato de calúnia que tem por trás um grupo organizado interessado em assassinar reputações de quem não segue uma agenda politicamente correta.

Em uma nota publicada no mesmo dia em que estudantes interromperam uma aula dele, o professor disse que "a citada 'denúncia' foi objeto de inquérito promovido pelo Dept° de Correição da UFBA, em processo extinto e arquivado em março de 2022. Para a minha surpresa (e de muitos membros da classe artística da Bahia - de quem recebi manifestações de solidariedade) além de “assediador”, hoje, fui acusado ainda de “racismo e homofobia”, o que contradiz, sob qualquer ponto de vista, os meus 50 anos de atuação regular, no campo das artes cênicas e do audiovisual da Bahia".

Neste domingo, Paulo Dourado afirmou que "o grupo que está por trás é grande, mas há um grupo pequeno, de pessoas com mais de 40 anos, que está na escola há mais de dez anos ... alunos que não estão ali para estudar de se formar". Dourado disse que é um professor exigente, que cobra presença e cumprimento das tarefas como leitura dos textos das disciplinas, por exemplo. Questionado de poderia haver também a participação de professores, ele comentou: "dizem que há professores envolvidos nisso, mas eu não sei se tem ou se não tem".

Ele comentou que outros professores da escola foram alvo de ações semelhantes; Dourado citou como exemplos Harildo Deda e Paulo Cunha. Este último chegou a ter um curso livre de teatro extinto em 2012 ou 2013, como recordou. Sobre o fato de trazerem de novo à tona fatos supostamente ocorridos em 2021 e que foram apreciados internamente na Escola de Teatro e extinto, Paulo Dourado disse que agora será obrigado mover ação na Justiça. "Vou tomar providências na Justiça; eles me obrigam a processar", disse o professor ao comentar que ser acusado de racismo e homofobia configurariam, no caso dele, crimes de calúnia.

O ator Jackson Costa foi um dos artistas que expressaram publicamente apoio ao professor da Escola de Teatro. "Que tempos são esses que estamos vivendo? A triz-te cena que foi publicada nas redes sociais, onde jovens estudantes, aspirantes à arte do tablado, protestam contra o experiente professor e diretor de teatro Paulo Dourado, seria “menos assustadora” se fosse uma ação isolada, mas, infelizmente, não é. Há um número grande de pessoas querendo ser artista por alguma outra razão que não a necessidade de se expressar", escreveu Jackson Costa, no Instagram.

Paulo Dourado citou que, neste mês de abril, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) discutiu, na Câmara dos Deputados, a violência contra professores. O ministério citou a construção de um protocolo de atendimento, junto à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, de casos de violência e perseguição contra educadores – que será criado por meio de acordo de cooperação técnica com um grupo de observatório da violência contra professores, em parceria com o Ministério da Educação. "Se isto está sendo criado, é porque a perseguição a professores tem se tornado comum", apontou Dourado.

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