Salvador

Professor denuncia racismo após alunos serem acusados de furto em supermercado: "Chamaram eles de pretos, favelados"

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Caso de racismo ocorreu no supermercado Bompreço que fica dentro do Salvador Shopping  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 02/02/2022, às 07h57   Redação BNews



Um professor usou as redes sociais para acusar seguranças do supermercado Big Bompreço, do Salvador Shopping, de terem cometido crimes de racismo e agressão física contra três de seus alunos. A ocorrência foi confirmada pela Polícia Civil.

De acordo com Yuri Carlton, que é professor de artes marciais no Projeto Boa Luta, no dia 19 de janeiro, um adolescente de 14 anos e outro de 16, além de um jovem de 19 anos, foram até o supermercado comprar alguns alimentos e pedir doações para participarem do Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu, que vai ocorrer no mês de maio, em São Paulo.

Quando estava no estabelecimento, o grupo foi abordado por quatro seguranças, que os acusaram de furto. Eles negaram, no entanto, foram levados para uma sala, onde foram agredidos fisicamente e ofendidos com diversos insultos racistas.

“Os seguranças pegaram eles pela camisa e levaram para uma sala. Chamaram eles de ‘pretos, favelados’, disseram que 'preto não tem como ter sonho algum' e que, se encontrassem os meninos na rua, iriam matar. Passaram uns 15 minutos com os meninos lá dentro”, relata o professor.

Yuri acrescentou que o trio também foi ameaçado e que um dos seguranças disse que, por serem pretos, os garotos "deveriam pegar em armas".

Tentativa de sequestro

Os jovens, segundo o professor, costumam vender água em sinaleiras para custear as participações nos campeonatos nacionais.

De acordo com Yuri, alguns seguranças estiveram no ponto onde os adolescentes trabalhavam, no sábado (29), e tentaram colocá-los à força dentro de um carro. Um colega mais velho, que também participa das aulas, viu a situação e conseguiu impedir. Os homens partiram com o veículo e ninguém ficou ferido.

A rede Big Bompreço afirmou que abriu uma sindicância interna para apurar os fatos e tomar as medidas necessárias. Também afirmou que o caso ocorrido não corresponde aos procedimentos e aos valores da empresa.

A Polícia Civil informou que os envolvidos serão ouvidos na Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Derrca).

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