Representante de associação ironiza possível construção de espigões no Rio Vermelho

Luis Antônio, representante da Associação de Moradores do Rio Vermelho, concedeu uma entrevista à Rádio Metrópole e falou a respeito da construção dos espigões na Praia do Buracão. De acordo com o entrevistado, "se pretende fazer algo e não é recuperar os imóveis que estão ali", reclamou Antônio, na manhã dessa sexta-feira (25).

Eu não diria que são documentos que testemunham a construção, mas que deixam, sem a menor dúvida, que ali será edificado algo. Desde o comecinho de 2022 que há uma movimentação esquisita de empresas ligadas ao campo de sondagens, que estão trabalhando nesses três terrenos. A sondagem é o início de uma iniciativa, ou seja, se pretende fazer algo e não é recuperar os imóveis que estão ali. Alguma coisa diferente está se pensando", cravou Luis Antônio

O representante da associação ainda foi irônico ao dizer que, caso essa obra seja autorizada pela prefeitura de Salvador, de forma inusitada, um novo tipo de turismo pode ser criado na capital baiana.

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"Parece que é irrelevante essa questão da sombra, mas não é. Tem um setor econômico que gira em torno do que nos propicia essa condição, essa forma de exploração de recursos que é o turismo de sol, praia e mar. Dentro do inusitado, que é a nossa querida Bahia, talvez surja mais uma. São praias sombreadas que vão facilitar àquelas pessoas que não podem tomar sol. Você vai criar uma condição também inusitada que você não vai precisar levar bronzeador e nem protetor solar, porque não tem sol. Evidentemente que eu estou fazendo aqui uma ironia", afinetou Antônio.

De acordo com ele, a associação de moradores do Rio Vermelho já entrou em contato com a prefeitura, mas até o momento não obteve nenhum retorno. "A associação solicitou formalmente uma audiência ao prefeito, mas até agora nós não temos nenhuma resposta", informou o representante da associação.

Em resposta à nota da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), que afirmou que ainda não há alvará para construção no local, Luis Antônio rebateu o argumento. Segundo ele, isso não representa uma mudança efetiva da situação.

O que tem é um fato concreto e objetivo de você compuscar negativamente. Salvador está passando por uma situação e nós não podemos só pensar na Praia do Buracão e do Mirante, mas pensar um pouco que parece que nós estamos vinculandos a uma reflexão sobre a cidade que é uma urbanização negativa. Esse exemplo de você negociar a sombra, o sol em nome de um negócio", concluiu Luis Antônio.

Essa situação, inclusive, deve parar na justiça. Na última quarta-feira (23), o advogado Henrique Quintanilha, em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar 2ª Hora, do Metro 1, afirmou que vai entrar na justiça, em causa própria, contra a construção.

Vale lembrar que toda essa situação já havia sido denúnciada pelo BNews na quarta-feira (16). Um dia após a denúncia, inclusive, o apresentador Rafael Albuquerque, do Se7e da Matina, pediu, ao vivo, para que o prefeito Bruno Reis (UB) não liberasse a construção dos espigões.