Salvador

Vídeo: nutricionista conta que quase foi vítima do 'golpe do gás' em Salvador e precisou se jogar do carro em movimento

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“Meu olho tava lacrimejando muito, minha cara estava molhada de lágrimas e não era choro, era só o ardor", detalhou a nutricionista  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 10/08/2022, às 19h56 - Atualizado às 21h04   Redação BNews


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A nutricionista Evelyn Broocke denunciou uma situação que ela passou na última terça-feira (09), em Salvador, quando teria sido vítima do “golpe do gás”, por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais, nesta quarta (10). Na gravação, a vítima afirma que solicitou um carro por aplicativo para ir trabalhar e, como de costume, sentou atrás do motorista. Ao pressionar o botão que aciona o vidro da janela traseira veículo, para abri-la, ela sentiu que havia tocado em uma espécie de gel, mas que não conseguiu identificar de qual substância de tratava. Foi a partir daí que as coisas começaram a ficar estranhas.

“Minha mão saiu melada e eu não sabia o que que era. Eu esfreguei os dedos, limpei na calça, melou um pouco meu celular. Eu cheguei a cheirar para conferir o que era, mas não tinha cheiro nenhum. Nesse momento o motorista já estava pegando um caminho errado eu pedi para ele dar ré e voltar porque aquele não era o caminho do meu trabalho. Ele voltou e cerca de dois minutos depois (...) meu olho começou a arder muito, muito!”, explicou a nutricionista.

Ainda no depoimento, ela conta que toda a ação durou entre quatro e cinco minutos. “Eu tava com vidro aberto e o vento, acredito eu, ressecava um pouco mais meu olho e eu sentia mais essa sensação. Instintivamente eu ia coçar os olhos, mas foi quando eu me dei conta que na minha mão tinha um gel que eu não fazer a mínima ideia do que era então eu não trisquei no meu rosto e continuei sentindo aquela sensação cada vez pior, até que chegou o momento em que eu já não conseguia mais abrir os meus olhos e foi quando eu senti medo e receio de estar passando por um golpe, de estar sendo dopada”.

Ao perceber que podia perder a consciência, Evelyn tentou agir como pôde, pedindo primeiro para que o motorista voltasse para a casa dela, com a desculpa de que havia esquecido algo, mas pouco tempo depois notou que não daria tempo. “Nessa hora eu pedi para ele encostar o carro. Eu falei ‘não, não. Encosta, encosta, encosta’ e ele não trocava palavras comigo, ele não dialogou comigo em momento nenhum. Ele não encostou quando eu pedi para ele encostar, também não tinha muito lugar para ele parar (...), foi aí que vi o carro se aproximando do posto de gasolina e nessa hora eu abri a porta do carro, em movimento porque eu fiquei com medo de ser tarde demais e eu não ter mais a chance de sair do carro”, detalhou a nutricionista.

Após sair do carro, em movimento, o motorista parou o veículo, ela pegou seus pertences e saiu correndo, mesmo sem conseguir enxergar bem. “Meu olho tava lacrimejando muito, minha cara estava molhada de lágrimas e não era choro, era só o ardor. E eu também não esfreguei os olhos em momento nenhum, mas o meu rosto tava todo manchado da minha maquiagem”, relatou a profissional que foi acolhida pelos funcionários do posto até conseguir entrar em contato com o marido.

“Ele ainda continuou a corrida um tempo como se eu estivesse dentro do carro. Ele não cancelou a corrida... Enfim, esse aqui é um alerta para as pessoas a gente entregar o povo vulneráveis nós estamos no meio de transporte que deveria ser seguro e é isso. Graças a Deus não aconteceu nada, tudo isso aconteceu em cerca de 4 a 5 minutos e eu consegui sair”, finalizou a jovem.

Em nota enviada ao Bnews, a Uber afirmou que as únicas denúncias dessa natureza relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil ocorreram em Canoas (RS), no Rio de Janeiro e em Florianópolis. “Nos três casos as autoridades pediram o arquivamento após o inquérito policial, já que, de acordo com as investigações, não houve elementos de prática de crime. Especificamente no caso do Rio de Janeiro, o laudo pericial do líquido borrifado no veículo atestou se tratar de álcool 70% - e não foram encontradas outras substâncias de natureza tóxica, perigosa ou nociva”.

A plataforma afirmou, ainda, que uma decisão judicial em Santos (SP) condenou usuárias a pagarem indenização por danos morais ao motorista após ficar comprovado que a substância em questão era álcool com essência de canela para higienização das mãos.

“ Nas demais denúncias mencionadas até o momento, muitas das quais surgem nas mídias sociais e são reverberadas pela imprensa sem se checar o que apurou a investigação conduzida pelas autoridades policiais, não temos conhecimento de nenhum inquérito que tenha sido concluído identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor. De qualquer forma, a Uber trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei”, concluiu.

Classificação Indicativa: Livre

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