Saúde

Cremeb cobra do secretário de Saúde providências para crise da obstetrícia

Publicado em 06/01/2016, às 20h08   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)



O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) cobrou do secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, providências urgentes em relação à crise da obstetrícia na Bahia. O presidente José Abelardo Garcia de Menezes formalizou a cobrança através do Ofício nº 58/2016, encaminhado ao titular da pasta estadual. 
A falta de leitos e profissionais para atendimento aos pacientes e a superlotação, de acordo com o presidente do Cremeb, foram relatados por médicos de diferentes unidades de saúde.
"Encarecemos a atenção dessa pasta para a crise obstétrica neste estado, especialmente, na capital baiana, esperando que medidas efetivas possam ser adotadas visando evitar prejuízos não apenas para os médicos e demais profissionais de saúde, mas sobretudo para os pacientes", escreveu José Abelardo Garcia de Menezes.
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), em contato com o Bocão News, relatou que recebeu o ofício do Conselho nesta quarta-feira (6) e imediatamente se reuniu com representante do Cremeb.
"O Conselho Regional de Medicina da Bahia entregou às 16h de hoje uma carta ao secretario da saúde comunicando excesso de demanda nas maternidades Tsyla Balbino e Climério de Oliveira. A Central Estadual de Regulação está trabalhando a fim de que haja a realocação de pacientes para as demais maternidades do estado. 
É preciso ressaltar que o Governo do Estado vem assumindo a assistência integral ao parto no município de Salvador, ainda que lhe caiba apenas os casos de alto risco. A maioria dos municípios do interior, mesmo aqueles com menos de 20 mil habitantes, possui alguma maternidade". 
A falta de uma maternindade própria da capital, de acordo com a Sesab, tem prejudicado sensivelmente o atendimento. 
"Salvador ainda não possui uma única maternidade própria o que tem sobrecarregado as maternidades estaduais, prioritariamente destinadas a casos de alto risco. Não fossem as maternidades públicas mantidas pelo Estado, a exemplo da Tsylla Balbino, Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), Albert Sabin, José Maria de Magalhães, João Batista Caribé e Roberto Santos, os soteropolitanos que nascem todos os anos e precisam do Sistema Único de Saúde (SUS) viriam à luz em outros municípios. 
Apenas em 2015, somente na rede própria do estado, mais de 40 leitos foram abertos em maternidades e nas próximas semanas serão inaugurados vinte novos leitos de UTI Neonatal no Hospital Geral Roberto Santos", alegou, através de nota oficial encaminhada ao Bocão News.
Apesar de alegar a ampliação do número de vagas, a Sesab admite que a demana supera a oferta de leitos. Por fim, a Sesab alega que, para discutir a questão, encontros periódicos continuam a ser realizados para melhorar o atendimento. 
"Recentemente o HGRS ampliou o número de leitos da ala de Cuidados Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCo) a partir de uma série de mudanças estruturais, a exemplo da renovação de alvenaria, piso e teto, além do mobiliário, permitindo a total readequação do espaço físico. Ainda que haja este esforço de ampliação da rede, a demanda supera a oferta de leitos. Estão previstos ainda 20 milhões de reais para duplicação da capacidade do João Batista Caribé e mais 60 milhões na requalificacao de 25 maternidades em todo o estado.
Reuniões periódicas são realizadas com entidades de classe, a exemplo da que ocorreu nesta segunda-feira (6) com o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb). A obstetrícia foi um dos assuntos abordados e há o consenso que os municípios da região metropolitana com destaque para a capital Salvador  devem ampliar a sua capacidade de atendimento dos partos de risco habitual a fim de que as maternidades estaduais, referência nos casos de alto risco, sejam ocupadas por gestantes com este perfil", concluiu a Sesab.

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