Saúde

Presidente do DEM diz que Sesab foge da culpa sobre crise da obstetrícia

Publicado em 07/01/2016, às 15h41   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)



Após o Bocão News revelar a cobrança do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) para que o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, tome "medidas urgentes" em relação à crise da obstetrícia do estado, o médico e presidente do DEM em Salvador, Heraldo Rocha, criticou as justificativas dadas pela pasta. Para o ex-deputado, a Secretária Estadual da Saúde tenta tranferir responsabilidades pela "má gestão".
"A Sesab ficou com 90% dos recursos da Rede Cegonha [rede para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez] quando da sua implantação e, consequentemente, assumiu responsabilidade com a gestão das maternidades de grande porte do Estado. Na resposta, a Secretaria foge da sua responsabilidade transferindo a outros entes até a falta de pessoal denunciado pelo Cremeb.
Inexplicavelmente, a Sesab há seis meses fechou leitos da Maternidade do Hospital Salvador, na Federação. Esses leitos eram a retaguarda das maternidades de referência. 
O demista faz questão de destacar a falta de investimentos do governo na área em crise. "Lembremos que a última maternidade construída na Bahia foi em 2006 pelo governador Souto, que na época duplicou também os leitos do Iperba. A situação é muito grave, mas a Sesab pinta como se estivesse tudo maravilhoso", criticou Heraldo Rocha.
Depois que o ofício do Cremeb direcionado à Sesab vazou, a pasta alegou que a falta de uma maternindade própria da capital, de acordo com a Sesab, tem prejudicado sensivelmente o atendimento. 
"O Governo do Estado vem assumindo a assistência integral ao parto no município de Salvador, ainda que lhe caiba apenas os casos de alto risco. A maioria dos municípios do interior, mesmo aqueles com menos de 20 mil habitantes, possui alguma maternidade. "Salvador ainda não possui uma única maternidade própria o que tem sobrecarregado as maternidades estaduais, prioritariamente destinadas a casos de alto risco. Não fossem as maternidades públicas mantidas pelo Estado, a exemplo da Tsylla Balbino, Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), Albert Sabin, José Maria de Magalhães, João Batista Caribé e Roberto Santos, os soteropolitanos que nascem todos os anos e precisam do Sistema Único de Saúde (SUS) viriam à luz em outros municípios", respondeu a Sesab, através de nota enviada ao Bocão News.
Apesar de alegar a ampliação do número de vagas, a Sesab admite que a demana supera a oferta de leitos. Por fim, a Sesab alega que, para discutir a questão, encontros periódicos continuam a ser realizados para melhorar o atendimento. 
"Recentemente o HGRS ampliou o número de leitos da ala de Cuidados Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCo) a partir de uma série de mudanças estruturais, a exemplo da renovação de alvenaria, piso e teto, além do mobiliário, permitindo a total readequação do espaço físico. Ainda que haja este esforço de ampliação da rede, a demanda supera a oferta de leitos. Estão previstos ainda 20 milhões de reais para duplicação da capacidade do João Batista Caribé e mais 60 milhões na requalificacao de 25 maternidades em todo o estado", justificou a Sesab.

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