Saúde

Conselho acredita que venda do Espanhol pode quitar dívidas trabalhistas

Publicado em 01/12/2016, às 20h01   Eliezer Santos


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A presidente do Conselho Deliberativo do Hospital Espanhol, Mirian Bulhões, disse ter recebido com tranquilidade a decisão, nesta quinta-feira (1º), do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5-BA) para a publicação de edital de venda do Hospital Espanhol para o pagamento de dívidas trabalhistas.

“Fomos comunicados, não fomos pegos de surpresa. Recebemos com tranquilidade. O que a gente deseja é pagar as dívidas trabalhistas. Uma irresponsabilidade absurda dos antigos gestores deixar chegar a esse ponto. Quando foi fechado, o hospital estava há cinco anos sem pagar contas de água e luz, estava funcionado sob liminar. Estamos abertos a qualquer tipo de modalidade de negócio”.

A decisão do TRT dá 90 dias para que alguém se algum comprador habilite ao negócio. “Que as empresas interessadas se manifestem”, apela.

Em conversa com o Bocão News, Mirian Bulhões questionou a posição da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), que no último mês formalizou pedido para a falência do Hospital Espanhol. “Entendemos que a lei de falência não cabe nesse caso. Os credores ficam inseguros, gera também insegurança para todos os trabalhadores”.

Ela pontuou que, se a falência for oficializada, a responsabilidade para solucionar o imbróglio irá para o juízo falimentar, na justiça cível, e não mais na esfera trabalhista.

"Os trabalhadores ficam prejudicados. Não significa dizer que não vão receber, mas vão perder a prioridade", acrescentou Vinícius Dantas, advogado do Hospital.

Mirian afirma que o Conselho Deliberativo não foi citado no pedido da Desenbahia, mas o setor jurídico já prepara uma peça de defesa. “A falência não é bom para o hospital”, analisou. Ela disse que não há como retirar o pedido da Desenbahia, mas contestará o pedido, que será analisado pelo juiz do processo.

O advogado Vinícius Dantas disse que se reuniu na manhã desta quinta com representantes da Desenbahia, “numa tentativa de aclarar as coisas e chegar no denominador comum”, mas não obteve avanço.

Ele afirmou que o Conselho já recebeu várias propostas de negócios e que avalia todos os tipos de modalidade (venda, parceria, arrendamento), desde que atenda o interesse dos sócios e consiga honrar as dívidas. “O hospital é de grande valia para o estado”, completou.

Super endividamento

Segundo Mirian Bulhões, a dívida total do Hospital está entre R$ 500 e 600 milhões, sendo cerca de R$ 180 milhões para pagamentos de questões trabalhistas, R$ 100 a 120 milhões para pagamento de credores (já incluindo contratos bancários – a maioria por empréstimos), outra parte para pagamentos de tributos e ações indenizatórias.

A reportagem tentou contato com o representante do sindicato dos enfermeiros do Hospital Espanhol, mas as chamadas não foram atendidas.

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