Saúde

Esposa de idoso falecido denuncia erro médico e Hospital São Rafael diz que vai apurar e adotar “medidas cabíveis”

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Esposa do idoso João Lázaro Soares afirma que morte aconteceu após erro médico  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 04/12/2018, às 19h54   Rafael Albuquerque


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O BNews recebeu uma grave denúncia envolvendo um médico do Hospital São Rafael, localizado em Salvador.  De acordo com a denunciante, Tranquila Heleno, seu marido, o idoso João Lázaro Soares Lacava, de 86 anos, morreu em decorrência de complicações de saúde ocasionadas por um suposto erro médico cometido por um profissional da unidade de saúde.

Ao BNews, Tranquila falou sobre o tratamento considerado inadequado dispensado pelo médico Isney da Mota Almeida, na emergência do São Rafael: “ele [o idoso] precisou fazer a recolocação da sonda de gastrostomia, colocada pela equipe de gastro do hospital, que me orientou procurar essa mesma equipe caso houvesse qualquer intercorrência. Informei isso ao médico Dr. Isney da Mota Almeida, da emergência. Arrogante e estupido, arrancou a máscara que usava e disse que era cirurgião-geral e muito competente. Procurei Dra. Cristina, da gastro, que solicitamente desceu até a emergência e conversou com o referido doutor, que colocou uma nova máscara e arrogantemente solicitou que trouxessem 'uma sonda 22 ou 24. Tanto faz'”.

Ainda segundo a esposa da vítima, o médico “iniciou o procedimento sem nenhum tipo de precaução, introduziu a sonda, que a princípio não ofereceu resistência, mas sem sensibilidade nenhuma nas mãos introduziu além do que deveria, e meu esposo gritou. O médico forçou e disse: 'É normal'. Mandou para casa sem verificar nada”. Ao chegar em casa e ser alimentado, seu João Lázaro começou a passar mal e teve que retornar ao Hospital São Rafael: “João foi avaliado pelo mesmo Dr. Isney da Mota Almeida, que fez uma ligeira punção com retorno de mais ou menos 100 ml de alimento. Mandou para observação com pedidos de exames de sangue e USG”.

E foi na observação que dona Tranquila descobriu o possível erro: “a Dra. que o recebeu na observação falou: 'Dona Tranquila ele liberou a alimentação, mas vou suspender e vou cancelar o pedido de USG e pedir uma tomografia, me parece grave'. Demorou muito a realização da tomografia. Por quê? Não sei. Finalmente veio o resultado. Ela me disse: 'o médico ao passar a sonda transfixou o estômago do seu esposo, vou imediatamente acionar a equipe de cirurgia'”.

De acordo com a denunciante, um médico identificado como Dr. Elias realizou o procedimento e “apesar dos esforços de toda equipe da UTI II, João sofreu terrivelmente e faleceu em 1º de dezembro de 2018.  Justiça terá que ser feita, para este 'cirurgião' Dr. Isney da Mota Almeida. Já procurei a diretoria, que não me deu nenhum suporte nem sequer psicológico". A denunciante já procurou o Conselho Regional de Medicina – Bahia, onde também denunciou o caso através do protocolo 025248/2018. Também há um Boletim de Ocorrência sobre o caso. E no atestado de óbito da vítima, consta que a causa da morte foi "choque séptico refratário, peritonite bacteriana, abdome agudo perfurativo, pós operatório de rafia gástricas, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus".

A reportagem procurou o hospital para sabe da denúncia contra o médico e sobre a falta de suporte dado pelo centro médico à dona Tranquila. Em nota, o Hospital São Rafael “informa que está fazendo o levantamento de todas as informações relatadas e, caso sejam confirmadas, as medidas cabíveis serão adotadas. A unidade de saúde reforça o seu compromisso ético, profissional e humanitário em prol da saúde de seus pacientes, ao longo de sua trajetória de mais de 40 anos”.

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