Saúde

I Congresso Internacional de Autismo na Bahia acontece nesta quinta-feira; médica tira dúvidas

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A ocasião irá reunir diversos especialistas, pais, comunidade escolar e outros para agrupar conhecimento   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 08/01/2020, às 08h32   Aline Reis



O número de pessoas identificadas com espectro autista vem aumentando nos últimos cinco anos. O comportamento bastante caracterizado atualmente facilita o reconhecimento de casos mais leves e ao tratamento precoce. Isso se deve à três fatores: recém avaliação dos diagnósticos; capacitação da atenção básica nos postos de saúde; comunicação mais acessível sobre o tema nas redes sociais e internet. 

No mundo, 1 em cada 89 crianças é acometida com o autismo, já no Brasil, um estudo publicado em 2017 identificou 2 milhões de crianças com o espectro. Aqui na Bahia, essa estimativa epidemiológica está sendo preparada. 

Para a Neuropediatra da Singular Medicina de Precisão, Julieta Góes, a abordagem precoce quebrou o estigma de que “cada criança tem seu tempo para falar ou se desenvolver”. “Um alerta foi ligado entre os pais e a comunidade escolar de forma positiva. Não mais reconhecemos os casos graves de autismo pela ausência de fala, por exemplo. É possível hoje identificar em tempo hábil, já que se criou uma consciência de informação nas redes sociais e a ciência segue investigando os fatores ambientais”. 

No campo genético, aliado dos estudos sobre o espectro, Julieta afirmou que é possível que seja uma modificação e evolução dos genes da raça humana. “Novas pesquisas mostram que há uma nova repercussão nos diversos genes que compõe nossa herança genética, a desestigmatização pode ser associado a essa suposição”. 

Segundo a médica, há 10 anos, ninguém sabia do que se tratava quando era diagnosticado com autismo, quanto mais para buscar o tratamento adequado. A evolução nesse campo se resume a aliança de um atendimento com equipe multidisciplinar e terapias. “Além do neurologista e pediatra, hoje é indispensável um terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e fisioterapeuta, por exemplo, esse suporte se alia com modalidades de terapia que lida com o ensinamento de alguns comportamentos e não reportando ações inadequadas”, explicou Julieta. 

“Vale destacar que não existe medicamento milagroso, vitaminas ou dietas especiais, isso não tem um papel relevante ou evidências de que podemos recomendá-las”, completou. 

Congresso

Salvador vai receber, nesta quinta-feira (09) e sexta-feira (10), o I Congresso Internacional de Autismo na Bahia.  O evento terá a participação de especialistas estrangeiros, como o neuropediatra Carlos Gadia (EUA), o biólogo Alysson Muotri (EUA) e a psicóloga Katia Moritz (EUA), com tradução simultânea. 

A ocasião irá agrupar pais, cuidadores, profissionais de saúde multidisciplinar, pais de pessoas com autismo para compartilhar conhecimento. Parte da receita obtida com o Congresso será revertida para a AMA-BA, que atualmente dá assistência gratuita a 249 pessoas com autismo. 

Classificação Indicativa: Livre

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