Saúde

Antes de confirmação do coronavírus no Brasil, Bahia usou avião para transportar suspeito da doença

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"Na boca do carnaval, a gente não queria deixar todo mundo na dúvida", disse Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde ao jornal Folha de São Paulo  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 28/02/2020, às 09h08   Redação BNews


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Antes mesmo do coronavírus ser confirmado no Brasil, a tentativa de controlar a doença levou a equipe da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia transportar um paciente com infecção respiratória grave do município de Jacaraci, sudoeste baiano, até Salvador. 

De acordo com a coluna Painel, do Jornal Folha de São Paulo, o homem havia recém-chegado de viagem do Japão. "Na boca do carnaval, a gente não queria deixar todo mundo na dúvida", disse Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde à publicação.

Segundo o periódico, a Secretaria Estadual de Saúde da Bahia também chegou a ir à casa de uma pessoa para realizar um exame para detecção do novo coronavírus, após ela ter sido liberada do hospital.

Ele havia sido autorizado a sair do hospital porque não apresentava sintomas compatíveis com os apontados pelo governo federal para realização de testes.

“Estamos fazendo a busca ativa para tentar adiar ao máximo a circulação do vírus na Bahia. Fazemos esse esforço enorme para buscar os contactantes para minimizar a chance de transmissão”, explicou Vilas-Boas.

O Ministério da Saúde tem dito que não busca identificar todos os casos de coronavírus no Brasil - entendimento que encontra resistência em estados preocupados em evitar a propagação da doença. 

Em entrevista a coluna, o infectologista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia, Antonio Carlos Bandeira argumentou que o governo deveria alterar o protocolo estabelecido e permitir a realização de testes mesmo em pacientes que não tenham a febre entre os sintomas. 

“O que levantei junto ao próprio Ministério da Saúde é uma situação real. Pacientes que chegaram da Itália com sintomas respiratórios, que vêm de um país com circulação de coronavírus e não tinha uma febre naquele momento. Nessa situação, o hospital usou o critério de não ter febre para dispensar a pessoa como se não fosse suspeita e nem coletou amostra”, argumentou.

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