Saúde

Câncer de pele: Bahia tem redução de 63% nos diagnósticos durante pandemia da Covid-19

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A pandemia afastou pacientes de câncer de pele de consultórios e ambulatórios, comprometendo o diagnóstico da doença  |   Bnews - Divulgação Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 08/12/2020, às 19h07   Redação BNews


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Mais comum entre os brasileiros, o câncer de pele acomete cerca de 30% das pessoas no país, de acordo com o instituto Nacional do Câncer (INCA). A estimativa é que aproximadamente 185 mil novos casos identificados em 2020.

Segundo especialistas, a pandemia de Covid-19 tornou esse cenário ainda mais dramático, já que levou muitas pessoas a evitar os hospitais e a procurar atendimento médico, a não ser em situações de urgência. A pandemia afastou ainda pacientes de câncer de pele de consultórios e ambulatórios, comprometendo o diagnóstico da doença e, consequentemente, o tratamento precoce. 

De acordo com os dados são da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), entre janeiro e setembro de 2019, foram 210.032 pedidos de biópsias para detecção do câncer de pele. Este ano, no mesmo período, foram 109.525, 48% a menos. Na Bahia, os dados são ainda mais alarmantes, 63% da população deixou de ser diagnosticada. 

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a doença, a SBD criou o Dezembro Laranja, que completa em 2020, sete anos de luta na prevenção e no diagnóstico do tumor.

“É importante alertar para o diagnóstico e tratamento precoces, pois isso aumenta as chances de cura na maioria dos casos. Quando se fala dos cânceres mais incidentes, se exclui o câncer de pele porque ele destoaria muito nas estatísticas, ele é muito frequente. O câncer de pele acomete aproximadamente 1 em cada 3 pessoas", alerta o Cirurgião Oncológico, especialista em câncer de pele, Dr. Rafael Ribeiro.

Os mais afetados pela doença são os homens, com idade avançada – acima dos 60 anos, e de pele mais clara. Por conta do isolamento social, pessoas com idade de 44 a 80 anos foram as que mais deixaram de fazer as avaliações dermatológicas na comparação entre períodos.

“Temos percebido uma mudança no perfil esse ano, de casos mais avançados. Provavelmente pacientes que ficaram aguardando o termino da pandemia para procurar atendimento ou retornar o seguimento e quando resolveram retornar, a gente já evidência quadros mais avançados da doença. Os tipos mais comuns de câncer de pele são o carcinoma basocelular e o espinocelular; ambos apresentam altos percentuais de cura, contudo, apresentam alto impacto funcional e estético pelas sequelas locais do tratamento. Já o melanoma é o mais agressivo e potencialmente fatal. No entanto, quando descoberto no início, tem mais de 90% de chance de cura”, explica o oncologista Rafael Ribeiro.

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