Saúde

Entrando "de Solla" em Plataforma

Imagem Entrando "de Solla" em Plataforma
Populares protestam contra fechamento do posto de saúde para segunda reforma em menos de dois anos  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/06/2012, às 10h19   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)



“Nós não podemos admitir essa falta de organização. Duas reformas no mesmo posto de saúde, em menos de dois anos. O suburbano não é zagueiro burro para levar toda hora bola nas costas”.  A indignação do líder comunitário de Plataforma, Eduardo de Oliveira, conhecido popularmente como Du, reflete o sentimento de revolta dos moradores do bairro com o fechamento do único posto de saúde 24h da localidade. A unidade de emergência, sem funcionar desde o dia 3 de maio deste ano, passará por reforma e ainda não tem previsão de data para voltar a funcionar. 

Há exatamente 1 ano e oito meses, a unidade de emergência passou por obras sem suspender totalmente o serviço. Na oportunidade, foi gasto dos cofres públicos o valor de R$ 1,1 milhão, sendo R$ 900 mil na recuperação da estrutura física e R$ 266 mil na recuperação do mobiliário, transformando em UPA 24hs, com atendimento de várias especialidades.

Se o valor gasto na primeira reforma resolvesse o problema da população, menos mau. A questão é que o atendimento, mesmo depois das obras, continuou precário e a estrutura não conseguia dar conta do crescimento da população. Mais obras terão que ser feitas para 'consertar' o serviço que não foi feito da maneira adequada na outra oportunidade.



A diretora da unidade de emergência de Plataforma, Jacy de Carvalho, admitiu que houve “falhas graves” na execução da primeira reforma e, em entrevista ao Bocão News, culpou a Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab) pelos erros.

A Sucab é responsável pela execução de projetos orçamentários vinculados a Secretarias e Órgãos do Governo, através da consignação de recursos ao seu orçamento.

“A culpa não foi da Sesab (Secretaria de Saúde da Bahia). Percebemos que havia algo errado com as obras e que elas não estavam nos padrões de engenharia corretos. Alertei e, inclusive, briguei com o engenheiro da Sucab na época. Foi feita uma tentativa de adequar a obra aos recursos que foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde”, justificou Jacy de Carvalho.


A justificativa da diretora do posto de saúde não satisfez os moradores. “Quem está pagando por isso é a população de Plataforma que está sem atendimento no posto de saúde. Quando foi que eles perceberam que a primeira reforma não foi feita da maneira correta? Será que eles não percebem que estão usando o dinheiro público para fazer estas trapalhadas na Secretaria da Saúde?”, questionou o líder comunitário Du.



O morador relata ainda ter visto materiais hospitalares sendo ‘subtraídos’ do posto de saúde de madrugada. “Eu não sei quem foi, mas eu vi. Tentei gravar com o celular, mas não deu tempo. Tiraram equipamentos de lá de madrugada”, testemunhou.

Diante das críticas da população, que ficou em situação desconfortável foi o vereador Giovanni Barreto (PT), representante dos moradores e correligionário do governador Wagner. “Quem sente na pele são os moradores do bairro. Precisamos resolver isso da melhor maneira possível. É uma obra complexa que, quando concluída, trará melhorias para a população. Como representante dos moradores de Plataforma, vou cobrar e acompanhar todo esse processo”, garantiu.

A segunda reforma da unidade de emergência suburbana ainda está na fase de licitação para a execução das obras. De acordo com a diretora do posto, ainda não há uma previsão de quanto será gasto nem da data de entrega da unidade de saúde. “Mas tenho a certeza de que vai melhorar muito e vai ser muito bom para a população. Antes da eleição, com certeza, não acabará. Vamos torcer para que tudo fique pronto até o fim do ano”, concluiu Jacy de Carvalho.

Fotos: Gilberto Júnior// Bocão News
Nota originalmente publicada às 18h19 do dia 13


Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp