Saúde

Médicos suspendem atendimento a operadoras de planos de saúde

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Entre os dias 10 e 25 de outubro, categoria deixará de realizar consultas e procedimentos eletivos  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 04/10/2012, às 07h22   Agência Brasil



Médicos de diversas especialidades vão protestar, mais uma vez, a partir da próxima semana contra o que consideram abusos cometidos pelas operadoras de saúde. Entre os dias 10 e 25 de outubro, além de promover atos públicos, como passeatas e concentrações, os profissionais irão suspender, em vários estados, consultas e procedimentos eletivos com o uso de guias de convênios que não negociaram com a categoria.

A mobilização está sendo articulada por três entidades que representam a classe médica nacionalmente - Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Federação Nacional dos Médicos – e o cronograma da suspensão dos atendimentos está sendo definido por comissões estaduais.

De acordo com o representante da Comissão Nacional de Honorários da Associação Médica Brasileira (AMB), Florisval Meinão, a ideia é denunciar, principalmente, os baixos repasses feitos pelas operadoras de planos de saúde aos médicos que integram as redes credenciadas. Ele ressaltou que os serviços de urgência e emergência serão mantidos nos dias da mobilização.

Para ele, o cenário torna o credenciamento nas operadoras pouco atrativo para muitos médicos, o que agrava a “situação crítica” que os usuários de plano de saúde enfrentam no país, como a demora para marcar consultas e a espera prolongada em serviços de emergência. Por terem descumprido prazos máximos para a marcação de consultas, exames e cirurgias, 301 planos de saúde administrados por 38 operadoras não poderão ser vendidos em todo o Brasil, a partir da próxima sexta-feira (5), conforme decisão anunciada ontem (3) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 15 grupos de operadoras de saúde, informou, por meio de nota, que respeita a manifestação dos médicos, mas ressaltou que suas associadas concedem reajustes regulares para os procedimentos e consultas com índices acima da inflação e até do teto estabelecido pela ANS para o reajuste anual dos planos individuais.

A entidade acrescentou que, no acumulado de 2005 a 2011, os honorários dos médicos credenciados às operadoras associadas aumentaram 71,56%, enquanto a inflação acumulada no período, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi 41,88% e o índice acumulado do reajuste da ANS, 66,48%.

Matéria originalmente publicada às 16h38 do dia 3/10

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