Com 128 anos de história e prestação de serviço à população, o Hospital Espanhol, referência na Saúde da capital baiana, se vê em meio a uma crise desde 2012, que parece não ter fim.
Até então, o socorro imediato foi conseguido junto a um empréstimo feito com a Caixa Econômica Federal, cujo valor total foi de R$ 57 milhões. Desse montante, R$ 32 milhões já foram repassados e, dos R$ 25 milhões que restam, apenas R$ 4 milhões foram disponibilizados para o hospital este ano. Por conta disso, o pagamento dos cerca de 600 funcionários cadastrados na insitutição ficou atrasado. "Era para sair no mês passado conforme promessa nossa, mas houve problema na transferência do banco e saiu hoje pela manhã", garantiu o presidente do Conselho Administrativo do Hospital Espanhol, Demétrio Moreira Garcia, que conversou com a reportagem do Bocão News após o protesto realizado na manhã desta quarta-feira (11). "São dois meses de atraso. Abril e Maio. Neste momento está havendo reunião com o sindicato e hoje pagamos parte do mês de abril", explicou Demétrio, informando que os pagamentos foram feitos via banco Santader e Bradesco. "A luta é grande, a dificuldade é grande. A diretoria não deixa de vir um dia no hospital e não vamos deixar este hospital se deteriorar.O Espanhol é da Bahia", ressaltou. Segundo o presidente, todas as alas do hospital estão funcionando normalmente e "jamais deixaríamos de atender ninguém. Por conta desta manifestação, alguns setores ficaram momentaneamente sem serviço. Mas, está tudo normal. Entedemos que a maioria dos funcionários, que ganha pouco, muitos até mesmo um salário mínimo, estão passando por necessidades e reconhecemos isso. Temos respeito por eles e por isso mesmo neste 128 anos nunca demos calote em ninguém. Estamos passando por um momento muito difícil", analisou.
Pedindo desculpas aos funcionários e à população, Demétrio reforça que todo empenho está sendo feito em prol do hospital Espanhol e culpa a burocracia pelo atraso no repasse dos empréstimos liberados pela Caixa. "É muita exigência e burocracia. Tudo já foi autorizado, mas vamos conseguir", explicou.
O presidente do Hospital Espanhol ressalta que um retorno será dado aos funcionários com relação aos pagamentos e disse que irá lutar para que a unidade não feche as portas. "Me emocionei quando vi uma faixa no meio da manifestação que dizia: vamos salvar o Espanhol", finalizou.
