Saúde

Chineses desenvolvem "pênis biônico" que vira grande promessa; entenda

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"Pênis biônico" obteve resultados promissores e os cientistas acreditam que a tecnologia poderá ser aplicada em homens que sofrem de disfunção erétil  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Pexels - Pixabay

Publicado em 07/01/2023, às 18h28 - Atualizado às 18h40   Cadastrado por Téo Mazzoni



Cientistas chineses criaram um tecido artificial que é capaz de reparar e restaurar a função erétil em porcos. O "pênis biônico" obteve resultados promissores e os pesquisadores acreditam que, futuramente, a tecnologia poderá ser aplicada em homens que sofrem de disfunção erétil. 

O estudo, que foi publicado na última quarta-feira (4), na revista científica Cell Press, sugere que a túnica albugínea artificial (ATA, da sigla em inglês), que imita a cobertura fibrosa dos testículos que permite manter a ereção, pode ajudar a reparar lesões penianas em humanos.

"Ficamos surpresos com os resultados dos experimentos com animais, nos quais o pênis recuperou a ereção normal imediatamente com o auxílio da túnica albugínea artificial", afirma Xuetao Shi, autor do estudo e pesquisador da Universidade Tecnológica do Sul da China.

Ainda segundo ele, o maior benefício é que o tecido sintético atingiu funções semelhantes às dos tecidos naturais, imitando a microestrutura deles. "Além disso, este material não apenas copia os tecidos da túnica albugínea, mas pode se espalhar para muitos outros tecidos de suporte de carga", acrescenta.

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A equipe do pesquisador está investigando a produção de biomateriais para tratar problemas de saúde reprodutiva masculina, como disfunção erétil, infertilidade ou doença de Peyronie, distúrbio que costuma se manifestar por meio de fibrose no pênis, provocando deformidades no órgão e dor na ereção, e pode ocorrer após os 50 anos.

De acordo com estimativas, cerca de 50% dos homens entre 40 e 70 anos sofre com algum tipo de disfunção erétil e aproximadamente 5% sofrem com a doença de Peyronie, na qual o tecido cicatricial se forma na túnica albugínea. "Percebemos que esse é um campo que tem recebido pouca atenção, embora a necessidade seja enorme", diz o pesquisador.

Embora os médicos possam tratar pacientes com tecido de túnica albugínea fazendo remendos de outros tecidos do corpo do paciente combinado com a matriz extracelular, estes remendos apresentam desvantagens.

Buscando substituí-los, Shi e seus colegas criaram este tecido artificial que tem estrutura de fibras crespas semelhante ao tecido natural. Apesar de sintético, o material possui propriedades biomecânicas que simulam os tecidos da túnica albugínea.

Os cientistas também realizaram experimentos de laboratório para investigar a toxicidade do tecido e sua compatibilidade sanguínea, uma vez que ele é projetado para permanecer no organismo por um longo tempo. Foi concluído pelos pesquisadores que ele não é prejudicial para outros tecidos do corpo. 

Eles, então, testaram o ATA em porcos machos com lesões na túnica albugínea e comprovaram que reparos feitos com tecido artificial restabeleceram a função erétil de forma semelhante ao do tecido peniano normal, sugerindo que o remendo substituiu com êxito a função dos tecidos naturais.

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