Saúde

Covid-19: Academias devem decretar uso de máscara novamente? Veja o que diz um estudo

Arquivo/Agência Brasil/José Cruz
A alta de casos gerados pelas subvariantes de ômicron implica no alerta da população geral sobre o uso de máscara  |   Bnews - Divulgação Arquivo/Agência Brasil/José Cruz

Publicado em 13/12/2022, às 08h01   Cadastrado por PM


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A pandemia da Covid-19 não acabou, mas, para muitas pessoas, pode ter relaxado. Em contrapartida, não é isso que tem acontecido e a realidade é que, no município de Salvador, por exemplo, mutirões de ‘dia D’ têm acontecido frequentemente aos finais de semana. Devido a ampliação de casos gerados pelas subvariantes de ômicron, já existe a obrigatoriedade e que as pessoas retomem o uso das máscaras em lugares fechados, como shoppings centers, bancos e lotéricas.

Nesse sentido, um lugar que muitas pessoas perderam o costume de usar o equipamento de proteção individual são as academias de ginástica. Isso porque nesse tipo de ambiente, a presença da propagação de gotículas de suor é atuante. 

Um estudo australiano, publicado recentemente na revista científica Heart, Lung and Circulation, destaca que, com a prática de exercícios físicos, o indivíduo libera pelo nariz tal qual pela boca bolhas microscópicas com tamanho entre 0,2 e 1 milésimo de milímetro de diâmetro.

Por essa razão, os pesquisadores da Universidade de Melbourne, convencidos de que a Covid-19 é transmitida pelas partículas vaporosas que deixamos sair com a expiração, analisaram a quantidade da produção desses aerossóis. Com três voluntários saudáveis e ‘ratos de academia’, a missão era observar o ar.

"Por outro lado, o estudo mirou um treino que, apesar de curto, tinha uma intensidade bastante alta. Quando é assim, as pessoas respiram de maneira igualmente intensa, muitas vezes de boca aberta, impulsionando as partículas com velocidade a até 3 metros de distância, como mostrou esse trabalho", analisa o médico Antônio Bandeira, membro da diretoria da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e coordenador do serviço de controle de infecção do Hospital Aeroporto, em Salvador, na Bahia, em entrevista ao UOL.

De modo geral, os cientistas entenderam que, com as pessoas distantes uma da outra, as gotículas caem em uma quantidade razoável a uma boa distância. Por outro lado, durante o exercício vigoroso, eram propagadas externamente com força. 

Em um dos momentos da cena, os voluntários treinaram sem máscara, e, em seguida, com o uso do equipamento. O acessório ‘barrou’ várias gotículas que seriam lançadas para quem estivesse na frente da pessoa, porém algumas escaparam pelos lados do rosto. 

No geral, é essencial combinar a distância para a pessoa que treina ao seu lado com o uso da máscara. Assim constatou o estudo, visto que a concentração de aerossóis no ambiente ficou mais segura do que a adoção de uma medida ou outra de maneira isolada. 

"Esse estudo, aliás, deixou muito claro que ela (máscara cirúrgica) não reduz em nada a capacidade aeróbica das pessoas", comenta. "E consegue conter as gotículas que seriam lançadas à frente, mais concentradas e que, por isso, teriam maior potencial para infectar, se por acaso a pessoa estivesse com o vírus”, aponta o doutor Antônio Bandeira, ao UOL.

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